O presidente demissionário da SAD do Boavista, Vítor Murta, começou esta quinta-feira a despedir-se de alguns funcionários do clube da I Liga de futebol, quase dois meses após ter anunciado a renúncia ao cargo, no qual permaneceu até terça-feira.
Fonte ligada ao processo confirmou à agência Lusa o final de ciclo do dirigente, que tinha rendido Álvaro Braga Júnior em 2020, mas não foi convidado a continuar em funções por Gérard Lopez, detentor da sociedade Jogo Bonito, acionista principal da SAD portuense.
Fim do mandato de Vítor Murta
Vítor Murta, de 48 anos, terminou funções na terça-feira, mas, como se seguiu um feriado em plena viragem de abril para maio, só hoje se começou a despedir dos funcionários do Boavista, numa fase em que faltam cinco dias para a Assembleia Geral de acionistas, na qual serão eleitos os membros dos órgãos sociais da SAD rumo ao mandato 2024-2026, revelou a fonte.
A realização dessa reunião magna tem vindo a enfrentar vários sobressaltos desde 26 de dezembro de 2023, data inicial da respetiva convocatória, sendo que a ausência de listas concorrentes provocou três adiamentos consecutivos, entre 05 de fevereiro e 07 de maio.
Impasse na Assembleia Geral de acionistas
Esse impasse eleitoral foi atenuado até finais de abril com a permanência de Vítor Murta, cujo pedido de renúncia à liderança da Boavista SAD já tinha sido comunicado em 26 de fevereiro - logo após a derrota dos 'axadrezados' na receção ao Sporting de Braga (0-4), para a 23.ª ronda da I Liga -, mas apenas foi formalmente apresentado em 15 de março, explicou a fonte.
A Assembleia Geral de acionistas está marcada para a próxima terça-feira, às 18:30, no auditório do Estádio do Bessa, no Porto, contendo igualmente na ordem de trabalhos a deliberação acerca da dispensa de prestação de caução dos membros do conselho dos órgãos de administração e fiscalização ou a discussão de outros assuntos de interesse.
Mudança no controlo acionista
Além de Vítor Murta, Pepe Roibas e Carmelo Fraile, os dois administradores espanhóis indicados por Gérard Lopez, também já apresentaram a sua demissão, sendo que o ex-futebolista senegalês Fary Faye é o único membro da SAD que não está demissionário.
Há quatro anos, o controlo maioritário da sociedade responsável pela gestão do futebol profissional das 'panteras' foi assumido pelo empresário hispano-luxemburguês Gérard Lopez, que, no verão de 2023, teve de executar uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre 49,22% do capital social através da Jogo Bonito, ficando a deter 67,67% de ações.