Na reciente vitória do Benfica sobre o Famalicão, por 1-0, José Mourinho destacou a importância do resultado e o desempenho da sua equipa, apesar das críticas recebidas. “Ambas as equipas a quererem ganhar? Tenho dúvidas, uma equipa que só faz um remate em noventa minutos não me parece que queira ganhar. Equilibrado, sim, não jogámos com o ritmo e intensidade que queríamos, tanto a defender como a atacar. Estamos muito habituados a crescer com o Barreiro junto do atacante, que nos dá um início de pressão muito forte. Hoje, proporcionámos um jogo relativamente fácil para eles terem bola. Fomos muito fortes no bloco e na combatividade. Não é uma vitória bonita, mas é normal e justa. Num jogo semelhante a alguns que tivemos em casa e em que perdemos pontos, a equipa soube estar quando teve um resultado de 1-0.”
Mourinho fez questão de ressaltar algumas vitórias anteriores que não receberam o devido reconhecimento. “Nós ganhámos aqui ao campeão italiano por 2-0 e não nos foi dado o valor, nem o realce pela maneira como ganhámos. Fizemos um jogo em Moreira em que não é fácil ganhar. Foi só o FC Porto a ganhar nos últimos instantes da partida. Obviamente que foram erros do Moreirense e, hoje, jogámos contra um adversário complicado. Só hoje é que não marcaram golos fora de casa. E hoje ganhámos. Não temos jogadores que, por si só, levantem estádios, como Mbappés, Vinicius ou Yamal. Esses não estão aqui, mas trabalhamos como equipa e, quando não é possível fazer um jogo brilhante, é sempre possível ganhar.”
Reconhecimento ao desempenho de Prestianni
Em relação ao desempenho específico de Prestianni, Mourinho não poupou elogios, mas também deixou claro que há áreas em que o jogador pode melhorar. “Ele pode oferecer esta combatividade. O Barreiro salta mais alto, Aursnes é mais posicional. Ele só não joga na baliza, mas a sua origem é na posição seis. Tem menos intensidade nas distâncias do que o Barreiro, mas quando o bloco se compacta, ele dá-nos essa segurança. É muito difícil para os adversários quebrarem-nos. Eles têm jogadores com muita qualidade técnica e velocidade, mas não ameaçaram. O facto de ele jogar ali e não Sudakov foi para dar solidez. Um jogador que tem drible e é forte no um para um. Joga melhor na esquerda do que na direita, mas fez um bom trabalho para nós. Acho que ainda tem dificuldades em ser intenso durante os noventa minutos. Às vezes esquecemo-nos que ele tem a mesma idade dos miúdos que vêm aqui ocasionalmente. Vai continuar a ter oportunidades para crescer com minutos em campo.”
Substituições e a situação de Tomás Araújo
Mourinho também comentou sobre a situação de Tomás Araújo, que jogou mesmo estando doente: “Como deu para ver... é difícil de ver, mas quando tive de substituir o António pelo Tomás, foi fácil para mim. Não tive nenhum tipo de receio. Eu com eles e com o Otamendi estou absolutamente tranquilo. Sendo três jogadores de características diferentes, o Zabiri é um miúdo que procura muito bem a profundidade e é rápido, enquanto o Tomás é, se calhar, ainda mais rápido. Tem características diferentes do António, mas é muito forte nos duelos frontais. Se calhar até foi bom na parte final ter lá o António, porque eles não entravam. Relativamente a centrais estamos muito bem. O Tomás jogou por uma razão muito simples: porque ele e o doutor fizeram uma coisa que eu admiro: não me disseram nada. O doutor não me disse nada para não influenciar a decisão. Gosto muito de trabalhar com profissionais que têm esta filosofia.”
A ausência na conferência de imprensa
Por fim, Mourinho partilhou um pouco sobre a sua ausência na conferência de imprensa anterior à partida, revelando que não imaginava o carinho que os adeptos tinham por ele. “A minha conferência de ontem... não sabia que tinham tantas saudades minhas. Houve um tsunami por não ter feito conferência, mas fiz com a BTV. Fiz antes do treino e durante o treino ele sentiu uma dor. Nem foi convocado.”