Vangelis Pavlidis partilhou a sua experiência a trabalhar com José Mourinho, descrevendo-o como um “treinador especial”. O avançado grego sublinhou que, apesar de Mourinho ser exigente nos treinos, tem também um lado simples e descontraído fora deles: “É especial. Um treinador muito especial. Aquilo que mostra nas conferências é muito diferente daquilo que é no dia-a-dia. Ele é muito mais simples e descontraído. Trabalhar com ele tem sido, antes de tudo, uma experiência muito grande para mim. É alguém muito exigente no treino. Nesse momento não há brincadeira. Mas fora do treino, conta as suas histórias, as suas piadas, brinca connosco... É especial, mesmo”.
Dando seguimento à conversa, Pavlidis comparou a liga neerlandesa com a liga portuguesa, destacando as diferenças nas filosofias de jogo. “A liga neerlandesa está num nível muito elevado. É de grande qualidade. Exige muita técnica, corre-se muito, é muito veloz e é bem mais aberta. As equipas querem dar espetáculo, não se fecham. Quando estava no Willem II, tentávamos jogar contra o PSV olhos nos olhos. Aqui, em Portugal, é tudo mais tático, mais bloco baixo. Serve mais para atrasar o jogo, é diferente. Joga-se mais para o resultado do que para a exibição”.
Adaptação ao Benfica
Pavlidis também comentou sobre a sua adaptação ao Benfica, reconhecendo a grandeza do clube e a pressão que isso implica para os jogadores. “Não se pode comparar o Benfica ao AZ Alkmaar, com todo o respeito. A exigência que existe aqui por parte dos adeptos é enorme. Tens de entrar em campo todas as semanas e não basta ganhar, tens de ganhar por 3-0. É o que as pessoas pedem. Bom futebol, pedem que mostres que és jogador do Benfica e que, para jogares no Benfica, tens de ter a qualidade de um jogador à Benfica”.
O presidente do Benfica, Rui Costa, também se pronunciou sobre a pressão ao abordar a evolução da equipa. Ele expressou concordância com José Mourinho, que disse que é fácil criticar os jogadores encarnados: “É uma situação natural do país e da própria imprensa. O Benfica é notícia, tem de ser notícia e tem de vender. Mas acho que tem havido muitas injustiças em relação aos jogadores do Benfica. Muito pouca paciência para com os jogadores que chegam e que têm de se adaptar ao clube, à dimensão do clube e à própria liga portuguesa”.
O Desempenho de Ríos
Rui Costa também destacou o progresso do jogador Ríos, que teve um desempenho notável nos últimos jogos, afirmando: “O Ríos é um dos melhores exemplos de jogadores que têm vindo a dar resposta. Melhor jogador contra o Sporting e contra o Nápoles. Há um ou dois meses parecia que era um flop”. Carlos Costinha, ex-internacional português, questiona a falta de paciência e a exagerada pressão que recai sobre os jogadores do Benfica.
O tema da pressão e das expectativas elevadas continua a ser abordado, sendo claro que a carga emocional é sentida tanto pelos jogadores como pela direção. A necessidade de resultados concretos e a exigência dos adeptos pesam na trajetória dos atletas.
Otimismo no Futuro
Por fim, Rui Costa expressou otimismo em relação ao futuro do clube, apesar das dificuldades e das expectativas elevadas: “Não estou feliz. Não estou em primeiro lugar no campeonato e não estou apurado na Liga dos Campeões, mas estou otimista. Vejo melhorias claras na nossa equipa num ano extraordinariamente difícil por todas as razões que vocês conhecem e que não servem de desculpa, mas são razões objetivas. Mas continuo muito confiante e positivo em relação àquilo que será a temporada do Benfica”.
A pressão e as expectativas são grandes, mas a paixão e o compromisso são igualmente fortes, tanto para os jogadores como para a direção do clube. O futuro ainda é incerto, mas a ambição de alcançar grandes feitos permanece intacta.
