Após a derrota do Benfica contra o Newcastle por 3-0 na fase de grupos da Liga dos Campeões, José Mourinho, treinador da equipa encarnada, não poupou palavras ao descrever a primeira parte do encontro. “Faltou, na primeira parte, marcar, porque acho que na primeira parte o jogo foi equilibrado, mas houve mais oportunidades para nós do que para eles. Tivemos quatro oportunidades de golo, que é muito difícil de criar tanto e não fazer. Tanto ao intervalo, eu diria que o resultado era não somente injusto, era extremamente injusto. Para mim, deveríamos estar a ganhar ou, como mínimo, estar a empatar.” A confiança em sua análise do desempenho da equipa transparece claramente, refletindo a insatisfação com o desfecho do primeiro tempo.
O segundo tempo, no entanto, trouxe uma mudança de dinâmica. Mourinho continuou a explicar como o segundo golo do Newcastle alterou a trajetória da partida: “Na segunda parte, o início é parecido e depois o segundo golo muda completamente a direção do jogo. O segundo golo é um golo que não se pode sofrer.” Para ele, a diferença de intensidade entre as equipas acabou por ser decisiva na reta final do jogo. “A perder 2-0, a equipa depois quis, depois a equipa quebrou fisicamente, quebrou mentalmente, e depois aí sofremos. Depois sofremos aquilo que não sofremos na primeira parte, acabámos por sofrer depois nos últimos 15 minutos.”
Frustração de António Silva
Da parte do jogador António Silva, as palavras também revelaram uma certa frustrante realidade do resultado. “Acabamos por entrar bem no jogo e temos duas ou três oportunidades em que podemos fazer o 1-0. Vamos a perder para o intervalo de uma forma injusta. Na segunda parte, com o segundo golo, acaba por ser difícil dar a volta ao resultado. Acho que o resultado é um pouco injusto, mas é o futebol.” Esta declaração refletiu a contrariedade de um atleta que ainda acredita na capacidade da equipa de se redimir nas próximas jornadas.
Anthony Gordon, do Newcastle, também compartilhou a sua visão sobre a partida, elogiando a actuação da sua equipa e o impacto da vitória. “Tivemos uma performance muito boa. A vitória foi muito importante porque, em caso de derrota, estaríamos numa posição muito difícil. Com a vitória ficamos numa boa posição. A mentalidade da equipa foi top, o Benfica tem uma grande equipa e é uma boa vitória.” Este relato de Gordon evidencia o respeito do adversário pela qualidade da equipa encarnada, apesar do resultado.
Análise de Mourinho após o jogo
Mourinho também abordou a experiência acumulada ao disputar a fase de grupos da Liga dos Campeões, sublinhando que, embora as oportunidades fossem limitadas, a luta ainda estava longe de terminar. “Eu ontem disse que não falava à equipa no fim do jogo, e normalmente não faço, hoje filo e muito resumidamente disse-vos que temos 15 pontos para lutar na Champions e que não precisamos de 15 pontos para nos qualificarmos. Eu não posso adivinhar, mas eu diria que entre nove e 11 será o suficiente, penso eu, se calhar não nove, mas dez, 11 pontos será o suficiente para nos qualificarmos.” Essa perspectiva, embora realista, aponta para a necessidade de decisões estratégicas nos próximos jogos.
Enquanto os ânimos se acalmam, a equipa do Benfica deve focar-se em sanar as suas fragilidades antes de enfrentar o próximo desafio. Mourinho aludiu à necessidade de “limpar a cara” e a forma de abordar os jogos seguintes, que podem determinar a continuidade na competição internacional.
Expectativas para o futuro
A resposta da equipa agora é esperada, não só pelos adeptos, mas também pelos próprios jogadores, que precisam de provar que são capazes de se levantar após uma má exibição. O futebol não dá segundas oportunidades de forma fácil, e o Benfica terá de se provar digno de um lugar entre os melhores da Europa.
Com a pressão crescente, cada jogo daqui em diante será crucial para a recuperação do Benfica na Liga dos Campeões. A gestão de expectativas e a resiliência da equipa serão fundamentais para a sequência da competição.