O cenário no Benfica tem-se tornado cada vez mais complicado para os treinadores, pois nenhum conseguiu cumprir integralmente o seu contrato desde 2015. A saída de Bruno Lage, que foi demitido pela segunda vez, marca mais um capítulo nesta história. Desde a saída de Jorge Jesus, o clube tem enfrentado uma onda de mudanças, refletindo instabilidade e pressão por resultados imediatos.
Lage foi despedido após uma sequência de resultados insatisfatórios, embora tenha contribuído para a conquista de títulos nas duas primeiras temporadas em que esteve à frente da equipa. A sua passagem pelo clube foi marcada por altos e baixos. Após um início promissor, em que levou o Benfica ao título, a temporada seguinte não começou bem, resultando na sua saída à 16.ª jornada com críticas crescentes da torcida.
Histórico de Mudanças de Treinadores
Rui Vitória, que assumiu após Jorge Jesus, também enfrentou um destino semelhante. Apesar de levar o Benfica ao primeiro tetracampeonato da sua história, a sua terceira temporada culminou numa frustração, especialmente depois de não conseguir o título. Após ser demitido, o clube decidiu apostar em Bruno Lage, que se tornou um herói ao vencer o campeonato na sua temporada inaugural.
Contudo, Lage também encontraria dificuldades em sua segunda temporada. A equipa começou forte, mas uma série de resultados decepcionantes levou à sua demissão na 29.ª jornada. O seu sucessor, Jorge Jesus, teve um retorno esperado com muito investimento, mas não conseguiu cumprir as expectativas e terminou a sua passagem em situação semelhante.
Desafios Enfrentados pelos Treinadores
A chegada de Roger Schmidt inicialmente trouxe esperanças renovadas, culminando em um novo título. Porém, na temporada 23/24, as coisas não correram da melhor maneira, e a contestação começou a crescer. Mesmo assim, ele conseguiu completar a temporada. Toda essa pressão fez com que os seus dias no clube fossem contados, e ele acabou sendo dispensado logo no início da nova temporada.
O ciclo se repetiu com a volta de Bruno Lage, que novamente teve que lidar com a pressão por resultados e, finalmente, foi despedido após um mau início. Assim, a instabilidade no comando técnico continua a ser uma constante no Benfica.
A Rotatividade no Comando Técnico
Analisando as últimas duas décadas, é notável que o Benfica experimentou uma rotatividade incansável no comando técnico, contando com 20 mudanças de treinadores desde o ano 2000. Esse número representa 14 treinos diferentes, o que evidencia as dificuldades em estabelecer um projeto estável e consistente.
Mesmo com figuras conhecidas no futebol, como José Mourinho e Fernando Santos, a instabilidade persiste. As razões para essas saídas frequentes podem ser atribuídas a várias causas, incluindo a pressão dos adeptos por resultados, o investimento pesado em contratações que gera maiores expectativas, e a política interna do clube que frequentemente busca resultados a curto prazo.
O Caminho para a Estabilidade
Cada treinador que passou pelo clube fez esboços de um projeto, mas as expectativas e a pressão elevaram o tom a níveis que frequentemente resultaram na sua saída antes do término dos contratos. Com o futuro incerto e uma rotação constante na posição, o Benfica precisa urgentemente de encontrar uma solução que permita estabilidade e o desenvolvimento de um projeto a longo prazo.
Para que os treinadores possam trabalhar sem a constante sombra da demissão pendente, a gestão do clube deve repensar a sua abordagem. Ao avaliar estas mudanças, fica uma pergunta latente: como é que o clube pode finalmente quebrar este ciclo e garantir que os seus líderes técnicos tenham a estabilidade necessária para implementarem as suas ideias e estratégias?