A corrida pela presidência do Benfica, marcada para 25 de outubro, tem revelado diversos posicionamentos entre os candidatos. João Noronha Lopes, um dos principais candidatos, sublinhou a importância da responsabilidade e da transparência no processo eleitoral. “Acho que estas eleições devem ser respeitadas e os benfiquistas devem ser respeitados. Portanto, não vou avançar com anúncios demagógicos relativamente a treinadores, porque os benfiquistas merecem respeito”, declarou Noronha Lopes, antes de abrir o fórum “Benfica em discussão”.
Esse compromisso com o respeito pelos sócios também se manifestou na promessa de evitar instabilidades em um período já conturbado: “Não vou contribuir para mais instabilidade numa época que já é difícil, numa pré-época muito difícil e, portanto, não vou fazer qualquer comentário que desestabilize a equipa”, afirmou. O foco, de acordo com o candidato, está em garantir vitórias e avanços no clube. “Quero que o Benfica ganhe, que ganhe a Supertaça, que passe as eliminatórias da Champions, que comece a ganhar no campeonato. Da minha parte, o que podem contar é com sentido de responsabilidade”, disse Noronha Lopes, com a intenção de priorizar a performance desportiva do plantel.
Preocupações de Cristóvão Carvalho
Por outro lado, Cristóvão Carvalho, também candidato à presidência, trouxe à tona preocupações sobre a integridade do processo eleitoral, enfatizando a necessidade de uma campanha limpa e transparente. Ele descreveu a situação atual como uma “sucessão de atropelos às regras mais básicas de uma campanha limpa, transparente e justa”. Em uma carta aberta aos benfiquistas, Carvalho afirmou que o que parecia ser um espaço de confronto de ideias estava a ser “substituído por jogos de bastidores”.
“É preciso ter coragem para o dizer: – Há movimentações públicas de quem ainda não é candidato, mas já está em campanha”, denunciou Carvalho, evidenciando a insatisfação com a falta de clareza nas posições defendidas até agora. A sua crítica se estendeu à necessidade de regras claras que garantam equidade entre os candidatos: “Não se pode continuar a fingir que tudo isto é normal. Não é. As eleições no Benfica não podem ser decididas por omissões calculadas, estratégias de encenação ou aparições ensaiadas. Têm de ser decididas com verdade, com frontalidade, com responsabilidade perante quem vai votar. É por isso que exigimos debates públicos entre os candidatos assumidos”.
Posição de Noronha Lopes
Noronha Lopes, por sua vez, não se mostrou intimidado pela vantagem que as sondagens conferem ao atual presidente, Rui Costa. “A minha sondagem é esta que está aqui, são os sócios que eu vou ouvindo, de Norte a Sul do país, com grande entusiasmo, vontade de mudança com uma nova equipa com novas ideias, novos projetos, que olhe para o futuro e não para o passado. São essas as sondagens que me interessam”, comentou, traçando um perfil de otimismo e confiança nas suas propostas.
Enquanto isso, a crítica a Rui Costa não ficou sem resposta, pois Noronha Lopes acusou a atual direção de se servir dos meios do clube para auto-promoção, referindo-se especificamente ao polémico projeto “Benfica District”. Com o foco em reverter o que considera manobras criadas à pressa, ele prometeu “concentrar-me em duas medidas que têm muito que ver com o associativismo e colocar os sócios no centro da vida do clube”.
Um Ambiente de Concorrência e Polarização
Esses comentários revelam um ambiente de forte concorrência e polarização entre os candidatos, com a promessa de debates entre os candidatos sendo um ponto central na discussão pública. O tempo se esgota e os sócios do Benfica encontrarão em breve uma nova liderança, mas não sem antes testemunhar um acirrado confronto de ideias que promete moldar o futuro do clube.
Com a proximidade das eleições, a expectativa é que os candidatos continuem a expor suas visões para o clube, o que poderá influenciar decisivamente a decisão dos benfiquistas nas urnas. As promessas de Noronha Lopes e as críticas de Carvalho são apenas a ponta do iceberg de um processo eleitoral que se revela cada vez mais dinâmico e contestado.