O debate sobre a liderança do Benfica intensificou-se após a recente Assembleia Geral, onde o orçamento para a época 2025/26 foi chumbado por quase 74% dos sócios. Cristóvão Carvalho, candidato à presidência do clube, não poupou críticas à gestão atual, apostando na necessidade urgente de um novo modelo desportivo e financeiro. “Se Rui Costa decidir avançar, irá a votos, mas tenho muitas dúvidas de que os sócios acreditem no seu projeto, que será uma continuação do ‘velho Benfica’”, sublinhou Carvalho, evidenciando a desconfiança dos adeptos em relação ao futuro liderado pelo atual presidente.
A insatisfação sentida entre os benfiquistas não se limita apenas ao orçamento, mas também à direção executiva, que, segundo Carvalho, deveria resignar-se. “A direção deveria sair já para 'dar tempo de preparar a nova época'”, afirmou. Ele acredita que a atual gestão não está à altura das aspirações do clube e que é fundamental olhar para o futuro com novos olhos e estruturas. “O Benfica tem de olhar para o futuro e não é isso que Rui Costa pensa.”
Rejeição do Orçamento
Esta crítica não é lançada ao acaso. O próprio Carvalho sentiu a rejeição da proposta orçamental como um reflexo claro da vontade dos associados. “Os associados tiveram a possibilidade de explanar o que pensavam, deram uma mensagem muito clara à atual administração e ao atual presidente, ao chumbar de forma veemente o seu plano e projeto”, comentou. Essa mensagem, segundo ele, indica um desejo de mudança que não pode ser ignorado.
A situação torna-se ainda mais premente com as eleições agendadas para 25 de outubro. A incerteza já fez emergir outras candidaturas, incluindo nomes como João Noronha Lopes e João Diogo Manteigas. Nesta situação, tudo é possível: “A reflexão que fiz foi que, infelizmente, chegámos ao final de quatro épocas desportivas e apenas vencemos um campeonato nacional e, para mim, isso é uma bitola abaixo do mínimo para poder apoiar a recandidatura de um presidente”, afirmou Mauro Xavier, também em descontentamento com a atual gestão.
Sentimento Generalizado de Contestação
A contestação não parece limitar-se a um único candidato. “É sinal de algum sentimento generalizado o facto de este orçamento ter sido chumbado”, confirmou Martim Mayer, outro potencial candidato, que também viu na reprovação do orçamento um reflexo da insatisfação dos sócios. Ele comentaram ainda a importância do debate e da vitalidade do clube, apontando que o Benfica deve continuar a explorar todas as possibilidades para um futuro melhor.
Enquanto Rui Costa decide adiar formalmente a sua recandidatura até ter mais clareza sobre a nova época, o futuro do Benfica parece incerto. “Os benfiquistas é que decidirão em outubro se foi a decisão acertada”, conclui Carvalho, refletindo a tensão que prevai no seio da administração do clube.
