A tensão no futebol português aumentou recentemente devido a vários incidentes envolvendo jogadores e suas condutas. O Sport Lisboa e Benfica, por exemplo, apresentou uma queixa no Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol contra quatro jogadores do Sporting Clube de Portugal, nomeadamente Matheus Reis, Geovany Quenda, Hjulmand e Gyokeres, alegando incitamento à violência. Segundo fontes, estes atos estão relacionados com os festejos após a conquista da Taça de Portugal, onde uma voz não identificada no meio da celebração fez referência a um incidente em que Matheus Reis pisou a cabeça de Belotti, afirmando: “Aqui a gente pisa na cabeça”.

Esta situação gerou críticas ao Benfica, que, em reação, pretende que se tome uma posição firme contra comportamentos considerados agressivos. O futebol, enquanto cenário de intensa rivalidade, torna-se problemático quando celebrações vulgarizam atos de violência.

Controvérsia com Geovany Quenda

Além disso, o caso de Geovany Quenda também trouxe controvérsia, pois ele foi responsabilizado por exibir uma camisola e faixa com insinuações ofensivas que resultaram na expulsão de Ricardo Esgaio durante um dérbi. A frase exibida por Quenda, “Falas muito, chupa, c...”, não apenas provocou reações veementes entre os adeptos, mas também reacendeu o debate sobre a responsabilidade dos atletas nas redes sociais e nas comemorações.

Esta situação evidencia a importância da postura dos atletas, sendo que ações em campo podem influenciar não apenas a imagem dos clubes, mas também o comportamento dos fãs. O advogado e empresário César Boaventura, em resposta a estes eventos, foi além e pediu a repetição da final da Taça de Portugal, argumentando que, de acordo com o artigo 28.º do Regulamento Disciplinar da FPF, um jogo pode ser repetido em casos de “erro técnico do árbitro” que impacte diretamente no resultado.

Erro técnico no jogo decisivo

Boaventura sustentou que a omissão da expulsão de Matheus Reis, após a agressão clara a Belotti, constituiu um “erro técnico grave”, afetando diretamente a competitividade da partida. O incidente que envolveu Reis, Araújo e Belotti, que ocorreu nos momentos finais do jogo decisivo, continua a gerar repercussão.

Boaventura enfatiza que a ação de Reis “revela um grande comportamento violento”, colocando em risco a integridade física do atleta adversário. Tal situação não só aponta a necessidade de medidas disciplinares, como também questiona as normas que regem o comportamento no desporto, especialmente num ambiente onde as emoções estão à flor da pele.

A responsabilidade no desporto

Esses desenvolvimentos não são apenas incidentes isolados; são alertas sobre a responsabilidade que todos, desde os jogadores até as instituições, têm para manter a integridade do jogo e o respeito mútuo. As rivalidades existem e devem existir no futebol, mas sempre dentro dos limites do respeito.

O futuro do futebol em Portugal poderá depender da forma como os clubes e as autoridades respondem a estas questões críticas e como agem diante de comportamentos que incentivam a violência e a desordem. A busca por um desporto mais respeitoso e justo deve ser uma prioridade para todos os envolvidos.