Julgamento do Saco Azul revela irregularidades financeiras no Benfica

  1. Miguel Moreira depõe sobre finanças
  2. Juiz questiona saldo das contas
  3. Ações da SAD sobem 5,92%
  4. José António dos Santos quer vender

O julgamento do processo Saco Azul revelou questões delicadas sobre a gestão financeira no Benfica. Durante a sessão desta quarta-feira, Miguel Moreira, ex-diretor financeiro do clube, foi chamado a depor. No decorrer da sua inquirição, o juiz Vítor Teixeira de Sousa manifestou estranheza relativamente ao saldo das contas pessoais de Moreira, considerando que, dado o seu salário de cerca de 7 mil euros mensais, “não se reflete no saldo das contas bancárias”.

Essa observação levantou questões importantes, e o juiz não hesitou em aprofundar a análise, notando que “a conta do seu filho, essa tem algum dinheiro”. Esta discrepância financeira gerou uma interrogação: “Interessa perguntar se há alguma relação entre o dinheiro na conta do filho com o facto de ter menos dinheiro nas contas do casal”. Miguel Moreira, por sua vez, defendeu-se, negando qualquer ligação entre os saldos e qualquer envolvimento em atos de corrupção. “Tenho vivido do meu trabalho. Não recebo comissões nem me tentaram corromper,” afirmou, reafirmando a sua posição em relação à gestão das contas.

Desempenho das Ações da SAD do Benfica

Enquanto isso, o desempenho das ações da SAD do Benfica também capturou a atenção do público. As ações da SAD dispararam 5,92% para 4,65 euros, atingindo valores que não se viam desde janeiro de 2022. Esta valorização deve-se em parte às declarações de José António dos Santos, o segundo maior acionista da SAD, que manifestou interesse em vender a sua participação a um preço mínimo de 12 euros por ação.

O “rei dos frangos”, como é conhecido, deixou claro que pretende vender a totalidade da sua participação e não uma fração. O aumento do volume negociado das ações, que superou o dobro do habitual, espelha o impacto destas declarações na confiança dos investidores.

Tribunal rejeita impugnação do Boavista ao PER da SAD

  1. Tribunal de Comércio de Vila Nova de Gaia rejeitou impugnação do Boavista ao PER da SAD.
  2. Recurso do Boavista considerado "manifestamente extemporâneo" pelo tribunal.
  3. Lista provisória de credores inclui 239 entidades e cerca de 166 milhões de euros em dívidas.
  4. Boavista detém 10% do capital social da SAD e questiona a viabilidade do plano.