Na sessão do julgamento do caso Football Leaks
que decorre no Tribunal Central Criminal de Lisboa, Francisco J. Marques, antigo diretor de comunicação do FC Porto entre 2016 e 2024, defendeu o acesso a emails confidenciais do Benfica.
“Eu procurava elementos que alteravam a verdade desportiva. Eram de interesse público, isso nem se questiona”
, disse Marques. O ex-responsável pela comunicação do FC Porto reforçou que “é humanamente impossível analisar 20GB de informação”
e que lhe “interessava a informação e não quem a enviava”
. Marques explicou ainda que a “pessoa preferia permanecer em anonimato”
e que ele, como jornalista, aceitou
.
Confirmação da fidedignidade
“Foi muito fácil confirmar a fidedignidade”
, afirmou Marques, quando questionado pela juíza sobre a origem da informação. O antigo diretor de comunicação do FC Porto fazia parte do painel do programa “Universo Porto da Bancada”
, do Porto Canal, onde revelou informações confidenciais ligadas ao Benfica, através de e-mails.
“Comprometi-me a entregar tudo o que tinha à Polícia Judiciária [PJ]. Eu avisava a polícia quando recebia mais coisas”
, argumentou. No entanto, negou ter recebido “caixas de correio de Luís Filipe Vieira e Domingos Soares de Oliveira, emails isolados, sim”
.
Caso Football Leaks
Rui Pinto, criador do Football Leaks, responde em julgamento por um total de 241 crimes, incluindo 201 de acesso ilegítimo qualificado, 22 de violação de correspondência agravados e 18 de dano informático. Entre as figuras e instituições visadas, para além do Benfica, encontram-se outros clubes, a Liga Portuguesa de Futebol Profissional, empresas, sociedades de advogados, juízes, procuradores, a Autoridade Tributária e a Rede Nacional de Segurança Interna.