Regresso especial de Francisco Moura à Pedreira

  1. Moura destacava-se inicialmente como extremo esquerdo
  2. Discussão com Abel Ferreira levou à reconversão para lateral-esquerdo
  3. Sofreu uma lesão grave que precipitou a sua saída do SC Braga
  4. Vendido por apenas 1 milhão de euros por 50% do passe

Reencontro com o clube da formação

Cinco anos depois de uma grave lesão ao serviço do SC Braga, Francisco Moura regressa este domingo à Pedreira, agora a defender as cores do FC Porto. O lateral-esquerdo, que se formou nos escalões de formação do clube minhoto, encara este reencontro como uma oportunidade especial de relembrar os bons momentos que por lá viveu. "Conheci o Francisco nos sub-13 do SC Braga. Ele veio da Academia Lacatoni para a formação do clube. Tivemos um percurso longo desde os sub-13 até aos sub-23. Ele era um miúdo muito educado e cheio de vontade. Como todos os outros, teve momentos menos interessantes, naturais da adolescência. Mas todos em conjunto, pais, treinadores e clube, conseguimos fazer com que o Francisco, que tinha um potencial enorme e capacidades físicas incríveis, se tornasse num caso de sucesso", recorda José Carvalho Araújo, antigo treinador da formação do SC Braga.

Reconversão para lateral-esquerdo

Moura destacava-se inicialmente como extremo esquerdo, mas uma discussão envolvendo o atual treinador do Palmeiras, Abel Ferreira, então no comando da equipa B dos minhotos, levou à sua reconversão para lateral-esquerdo. "Inicialmente o Francisco jogava como extremo, sobretudo no lado esquerdo. Ele tinha uma capacidade incrível, era muito rápido, tecnicamente evoluído e marcava golos. Fez grande parte da formação a jogar nessa posição. No entanto, a dada altura sentimos que ele iria ser apenas um bom jogador como extremo e não um jogador fantástico. Reuniram-se as condições para baixarmos o Francisco para lateral esquerdo, posição a partir da qual ele poderia ter um percurso muito interessante a nível profissional", explicou Carvalho Araújo.

Interrupção do percurso brilhante

Depois de se afirmar na equipa principal do SC Braga, Moura sofreu uma lesão grave que acabou por precipitar a sua saída do clube, em 2020, para o Famalicão, por apenas 1 milhão de euros por 50% do passe. "Vi com enorme satisfação a chegada do Francisco à equipa principal do SC Braga. Estes são os grandes troféus da formação: colocar jogadores em patamares de excelência. Ele é verdadeiramente um produto do SC Braga e uma bandeira e um exemplo para outros miúdos do clube. Marcou dois golos contra o Benfica, o SC Braga ganhou. Estava a ser um percurso bonito, dourado e perfeito que acabou, infelizmente, interrompido por uma lesão. Perdeu espaço e acabou por procurar outros clubes. Acredito que foi um erro o SC Braga ter vendido o jogador pelo valor que vendeu", lamenta Carvalho Araújo.

Ligação especial com o SC Braga

Apesar de a história entre Moura e o SC Braga ter terminado, o jogador manterá certamente uma ligação especial com o clube que o formou. "Haverá um misto de emoções certamente. Ele vai dar o seu melhor e defender o clube que representa. Mas por outro lado, vai estar numa casa que o acarinhou muito com pessoas que conhece perfeitamente. Vai estar muito confortável e será certamente bem-recebido. O Francisco tem sempre um registo muito sério, comprometido, humilde e disponível para ouvir. Chegou a um dos melhores clubes portugueses e mantém-se no mesmo registo, dá gosto ver", concluiu o técnico.