Numa semana agitada para o futebol português, vários casos judiciais e iniciativas conjuntas entre clubes marcaram a atualidade. Desde o julgamento do caso 'saco azul' do Benfica até à união de clubes contra multas por pirotecnia, e ainda o julgamento de assaltantes da casa de Alexander Isak, o panorama futebolístico nacional enfrenta desafios em diversas frentes.
O caso 'saco azul' do Benfica, as multas por uso de pirotecnia e o assalto à casa de Alexander Isak são temas que colocam em evidência a complexidade do mundo do futebol, tanto dentro como fora dos relvados. Estes eventos demonstram a importância da justiça, da segurança e da colaboração entre clubes para mitigar impactos negativos e promover um ambiente mais íntegro e seguro.
Julgamento do Caso 'Saco Azul' do Benfica
O julgamento do caso conhecido como 'saco azul' do Benfica tem previsão para durar cerca de dois meses, conforme despacho do juiz presidente Vítor Teixeira de Sousa. A primeira audiência está agendada para 9 de abril, com as alegações finais do Ministério Público e das defesas a serem apresentadas em 26 de junho. Este processo investiga um suposto esquema de pagamentos ilegais a uma empresa de informática, a Questãoflexível Lda., que ultrapassa um milhão de euros. Embora inicialmente tenham existido suspeitas de corrupção desportiva envolvendo o árbitro Bruno Paixão, que trabalhou para a referida empresa, estas não foram comprovadas.
Luís Filipe Vieira, ex-presidente do SLB, será julgado por três crimes de fraude fiscal qualificada e 19 de falsificação de documento. Domingos Soares de Oliveira, antigo administrador, e Miguel Moreira, ex-diretor financeiro do clube, também serão julgados pelos mesmos crimes em coautoria com José Bernardes, empresário e proprietário da QuestãoFlexível, que também responderá por branqueamento de capitais. A Benfica SAD enfrenta acusações de dois crimes de fraude fiscal qualificada, enquanto a Benfica Estádio é acusada de um crime de fraude fiscal e 19 de falsificação de documento.
Após a decisão de levar o caso a julgamento, os advogados do Benfica, Paulo Saragoça da Matta, Rui Patrício e João Medeiros, argumentaram que o juiz de instrução desvalorizou as provas apresentadas durante a instrução, priorizando indícios recolhidos no inquérito de forma seletiva.
Clubes Unidos Contra Multas por Pirotecnia
Numa demonstração de união, os presidentes de Benfica, Sporting, FC Porto, juntamente com os líderes de Sp. Braga e V. Guimarães, uniram-se para combater os prejuízos financeiros causados pelas multas relacionadas ao uso de pirotecnia por parte dos adeptos. Os clubes têm sofrido sanções entre 5 e 10 mil euros por jogo devido a esta prática, acumulando mais de meio milhão de euros em multas desde o início da temporada.
Os presidentes Rui Costa, Frederico Varandas e André Villas-Boas têm discutido o assunto e procuram soluções em conjunto, estendendo o debate aos responsáveis do V. Guimarães e Sp. Braga. Os clubes formaram um movimento para discutir a questão com o Governo, a Polícia de Segurança Pública, a Autoridade para a Prevenção e Combate à Violência no Desporto, a Liga e a Federação Portuguesa de Futebol.
Em janeiro de 2023, o Governo aprovou o novo Regime Jurídico dos Explosivos e Substâncias Perigosas, criminalizando a posse de explosivos e artigos pirotécnicos em recintos desportivos, com penas de prisão até cinco anos ou multa até 600 dias. Apesar da legislação, o uso de pirotecnia persiste, resultando em castigos da UEFA para Benfica e Sporting, que já foram impedidos de ter o apoio dos adeptos em jogos europeus.
Dirigentes Buscam Soluções Conjuntas
Os dirigentes dos clubes estão a trabalhar em conjunto para resolver o problema, buscando alternativas e soluções para mitigar os impactos financeiros e disciplinares decorrentes do comportamento dos adeptos. A colaboração entre os clubes demonstra uma abordagem proativa para lidar com um problema que afeta a todos, buscando soluções que possam ser implementadas em conjunto.
Julgamento do Assalto à Casa de Alexander Isak
Adicionalmente, um grupo de assaltantes está a ser julgado pelo roubo à casa de Alexander Isak, jogador do Newcastle. Em abril, os ladrões levaram o carro do jogador, joias avaliadas em mais de 80 mil euros e 12 mil euros em dinheiro. Este grupo é acusado de outros roubos, incluindo joias e roupas avaliadas em mais de 1,2 milhões de euros da casa de uma empresária, e artigos de luxo no valor de 120 mil euros da casa de outra mulher. Três dos acusados confessaram os crimes, enquanto Valentino Nikolov negou as acusações.
