Helena Pires recorda perfeitamente o primeiro dia em que entrou na Liga, a 2 de agosto de 2000. Vinda de uma área completamente diferente do Ministério dos Negócios Estrangeiros, a nova funcionária chegava com muita expectativa para este "mundo completamente novo" do futebol profissional português.
A adaptação de Pires ao futebol foi positiva. A sua experiência diplomática revelou-se um fator importante, pois a postura tranquila, a resiliência e a forma educada de se posicionar acabaram por ser fundamentais no seu dia a dia. «Vim à descoberta do que era o futebol. Não tenho receio de encarar e de enfrentar novos desafios. Com muito trabalho, muita determinação e prescindindo de muitas coisas, que não me importo de prescindir», afirma.
Uma carreira de sucesso
Ao longo destes anos, Helena Pires foi escalando os cargos dentro da organização, e destaca ter tido "a felicidade de ter junto de [si] pessoas que [a] foram valorizando". A funcionária, reconhecida como uma "workaholic por natureza", garante que nunca sentiu qualquer tipo de afastamento pelo facto de ser mulher a trabalhar num ambiente dominado por homens. Pelo contrário, acredita que as características femininas, como a resiliência, a diplomacia e o respeito, a ajudaram a chegar à liderança interina da Liga Portugal.
As mudanças no futebol português
Pires recorda que o futebol português era bem diferente quando chegou à Liga, há quase 25 anos. Era um futebol "muito menos profissionalizado", mas com o passar do tempo, as estruturas foram evoluindo e a própria Liga posicionou-se como uma atividade económica, com requisitos cada vez mais apertados a nível de compliance, planeamento, orçamento e controlo financeiro - aspetos que na altura nem sequer existiam.