Crise desportiva e financeira no Benfica
O Benfica atravessa um período delicado após um mandato com resultados desportivos abaixo das expectativas, segundo o candidato às próximas eleições do clube, João Diogo Manteigas. Em entrevista, o candidato revelou uma «obsessão» pela «hegemonia» do Benfica, algo que considera não estar a ser alcançado com a atual direção.
Falhanço na gestão desportiva e financeira
«Desportivamente, considero que há já um falhanço, mesmo ganhando este ano. A gestão desportiva não foi a melhor e está posicionada com a gestão económico-financeira. Mas na gestão desportiva do futebol, para mim, há um falhanço. Não sou daqueles que ficarão satisfeitos se o Benfica ganhar o campeonato. Dois em quatro, 50%. Não!», afirmou Manteigas, referindo-se aos títulos conquistados neste mandato.
O candidato considera que o Benfica não consegue criar as condições para uma «hegemonia» a nível desportivo, algo que, na sua opinião, deveria ser uma prioridade para quem lidera o clube da Luz. «Tenho uma ideia fixa relativamente à envolvência e dependência do desporto em relação ao dinheiro. O sucesso desportivo é que acarreta o sucesso financeiro», explicou.
Preocupação com a situação financeira
Nesse sentido, Manteigas apontou problemas na situação económico-financeira do Benfica, com um «passivo brutal» e uma «dívida líquida acima dos €200 milhões». O candidato alertou que o Benfica «está a sobreviver, com dois vícios que se chamam empréstimos obrigacionistas e venda de jogadores», considerando «extremamente perigoso» o atual cenário.
«Estamos a falar de agravamento do passivo neste último mandato. O ativo cresceu, mas o passivo disparou 27 por cento. Isto é extremamente perigoso, coloca em causa o futuro do Benfica», vincou.
Processos judiciais mancharam a imagem do Benfica
Quanto aos processos judiciais envolvendo o Benfica, nomeadamente o caso dos e-mails, Manteigas considera que a indemnização de €700 mil imposta ao FC Porto é «pouco e curto», acreditando que os danos reputacionais do clube vão levar a uma indemnização ainda maior.
«Manchou o nome do Benfica, meteu na lama o nome do Benfica durante muito tempo. Falo dos processos judiciais, falo do 'saco azul', falo das ligações a outros empresários que ninguém percebe se são empresários ou não. O Benfica tem o seu nome, a sua marca e o seu emblema institucionalmente agregados a algo que é muito nocivo e negativo», afirmou.