O guarda-redes consagrado que chegou a Lisboa
Quando Michel Preud'homme chegou ao Benfica em 1994, já era um guarda-redes de renome internacional. Aos 35 anos, vinha de uma brilhante carreira na Bélgica, onde tinha sido duas vezes eleito o melhor jogador do campeonato e conquistado dois troféus europeus com o Malines. Além disso, tinha sido considerado o melhor guarda-redes da Copa do Mundo de 1994, após exibições memoráveis pela seleção belga.
Apesar da sua reputação, a passagem de Preud'homme pelo Benfica não foi fácil. O clube atravessava dificuldades financeiras e acabara de perder jogadores importantes como Rui Costa e Schwarz. Ainda assim, o treinador Artur Jorge convenceu o experiente guarda-redes a rumar a Lisboa, acreditando que a sua chegada poderia dar uma nova dimensão europeia à equipa.
As dificuldades iniciais e a afirmação como figura-chave
A estreia de Preud'homme não correu bem, com a derrota na Supertaça para o FC Porto. A temporada 1995/96 também começou mal, com a saída precoce de Artur Jorge. Porém, sob o comando de Mário Wilson, o Benfica acabou a época em segundo lugar e conquistou a Taça de Portugal, com Preud'homme a afirmar-se como uma das figuras da equipa.
«Deixei de jogar aos 40 e por mim continuava mais uns anitos», afirmou Preud'homme anos depois, revelando que recusou propostas de clubes como o Real Madrid e o Fluminense para ficar no Benfica.
O legado de Preud'homme no Benfica
A ligação de Preud'homme com o clube da Luz fortaleceu-se ao longo dos anos. Após três temporadas e meia, quando surgiu a possibilidade de sair, o guarda-redes optou por ficar, chegando mesmo a viver em Portugal após a sua retirada. «O Benfica é, sem dúvida, o maior dos três clubes que representei. Tem uma dimensão impressionante e mexe com as pessoas de uma forma que não acontece na Bélgica. Merecerá sempre a minha preferência», afirmou.
Apesar de não ter conseguido conquistar muitos títulos durante a sua passagem pelo Benfica, Preud'homme deixou uma marca indelével no clube e no futebol português. Mesmo com a desilusão de não ter ido para o Real Madrid, o guarda-redes belga permaneceu leal ao Benfica e é hoje visto como um símbolo do clube e um dos melhores a defender a baliza encarnada.