Nuno Lobo, atual presidente da Associação de Futebol de Lisboa (AFL), deixou claro que caso seja eleito presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), não aceitará que Pedro Proença, seu adversário na corrida, continue a liderar a Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) após uma eventual derrota nas urnas.
Em entrevista à agência Lusa, Lobo revelou que pretende ter uma relação de diálogo com o futuro presidente da LPFP, algo que, segundo o candidato, não se verificou nos últimos tempos. «A LPFP estar de costas voltadas para a FPF é algo que o futebol português não pode comportar mais. E, portanto, quero ter uma outra relação, uma relação institucional e pessoal com o próximo presidente da LPFP», vincou.
Centralização dos direitos audiovisuais e redistribuição das receitas das apostas
Entre os principais desafios que Lobo identifica, caso seja eleito, estão a centralização dos direitos audiovisuais e a redistribuição das receitas provenientes das apostas desportivas. O candidato criticou a atual negociação dos direitos televisivos, afirmando que «é uma mão cheia da nada, um conjunto de estudos pagos a peso de ouro a consultoras, mas nenhum presidente de nenhuma sociedade desportivas pode dizer quanto vai receber no próximo contrato». Lobo prometeu apresentar um projeto sobre esta matéria aos clubes nos primeiros seis meses do seu mandato.
Além disso, Lobo propõe um novo modelo de distribuição das receitas das apostas desportivas, aumentando a fatia destinada aos clubes profissionais de 25% para 50%, e destinando 25% às associações distritais e regionais para fomentar o futebol amador, mantendo 25% para a própria FPF.
Experiência e conhecimento do futebol português
Lobo acredita estar preparado para liderar a FPF, uma vez que, como presidente de uma associação distrital, conhece bem a realidade do futebol português e as suas diferentes vertentes. «Digo muitas vezes, a brincar, mas também a sério, que devia ser um requisito de elegibilidade de um presidente da FPF, ter sido presidente de uma associação distrital ou regional, porque nós conhecemos a realidade do futebol e fazemos algo muito difícil, que é, com muito pouco, fazemos muito», realçou.
As eleições para a presidência da FPF, que terão lugar a 18 de março, opõem Nuno Lobo a Pedro Proença, antigo árbitro e atual presidente da LPFP.