No sábado, o Benfica recebeu o Moreirense para a 21.ª jornada da Liga. Nos instantes finais do encontro, um lance muito contestado pelos jogadores do Moreirense não foi sancionado pela equipa de arbitragem. Um cruzamento da esquerda de Joel Jorquera foi intercetado pelo corpo/braço esquerdo de Florentino, dentro da área da equipa da casa.
Análise inicial de Duarte Gomes
Segundo Duarte Gomes, antigo árbitro e comentador, as imagens inicialmente disponíveis não permitiram determinar se a ação do médio do Benfica foi irregular. «O que se viu foi um corte atabalhoado, com o corpo apanhado em posição pouco ortodoxa face à trajetória da bola, tendo o jogador encarnado os braços ao longo do corpo, logo sem volumetria evitável/anormal. Aparentemente tudo legal», explicou.
Reapreciação do lance
No entanto, imagens colocadas a circular nas redes sociais no dia seguinte mostraram uma realidade diferente. «De facto, Florentino não tinha os braços em posição de risco, ou seja, com volume desnecessário, mas movimentou o esquerdo na direção da bola, estancando assim a sua trajetória. Se essas imagens forem fidedignas, então é claro que o lance foi mesmo irregular e devia ter sido sancionado com pontapé de penálti favorável ao Moreirense», analisou Duarte Gomes.
O antigo árbitro lembrou que este não é o primeiro nem o segundo caso em que lances de jogo são reanalisados com base em imagens facultadas posteriormente, acabando por ilibar ou condenar decisões iniciais. Citou o exemplo do célebre Brasil-Noruega no Mundial de 1998, em que um penálti assinalado a favor da Noruega foi inicialmente considerado errado, mas posteriormente confirmado por imagens de ângulo diferente.