Turim não esquece. Como poderia esquecer? Aqueles 18 jogadores foram, em tempos, os grandes heróis da cidade. Ainda o serão, agora no coração de cada alma que nesta cidade nasce, que nesta cidade Torino.
O Monumento de Superga
Superga é imponente. O desgastante sol apodera-se das fachadas da edificação neoclássica. Afinal, a basílica está situada no topo de um morro. Talvez tenha existido algo de poético na tragédia. A imponente Superga coloca estes 31 nomes mas perto de tocar o céu.
O monumento não é propriamente gigante em tamanho, mas a grandeza espiritual é imensurável. Rapidamente percebemos que é local de culto, paragem obrigatória para todo o visitante da cidade. Ali multiplicam-se as línguas, mas ao mesmo tempo não há barreira. Todos sabem o porquê de ali estarem, para prestar homenagem ao Grande Torino.
Um Espaço do Mundo
«Há muito tempo que este espaço deixou de ser apenas do Torino e do futebol italiano. Será sempre um espaço de homenagem àquele equipazo, mas já é também um espaço do Mundo.» Porque se Turim não esquece, o Mundo também faz questão de ser lembrado quando pisa este território sagrado.
O toro ali colocado serve de carimbo, com marcas que atravessam o globo. Racing Club, River Plate, Paris Saint-Germain, Manchester City. Estão lá todos. Núcleos de adeptos que começam na Polónia e acabam na Argentina. Seja autocolante ou cachecol, todos deixam marca.
«A nossa chegada a Superga coincide com cerca de uma dezena de adeptos benfiquistas de saída. Lá pelo meio, acompanhado de mais dois parceiros, parece-nos ver João Noronha Lopes, antigo candidato à presidência encarnada. Tivesse a nossa viagem sido um tudo ou nada mais rápida e certamente os teríamos apanhado a prestar homenagem. Os benfiquistas sabem que não podem deixar Turim sem por ali passar.»