O Ministério Público (MP) acusou Rui Pinto de 377 crimes relacionados com o acesso ilegal aos emails do Benfica e de outras entidades. Segundo o despacho de acusação, Rui Pinto é acusado de 202 crimes de acesso ilegítimo, 134 de violação de correspondência, 23 de violação de correspondência agravado e 18 de dano agravado.
De acordo com o MP, Rui Pinto atuou de forma sub-reptícia e não autorizada ao aceder aos sistemas informáticos de várias entidades, incluindo o Benfica, Autoridade Tributária, Liga Portugal e sociedade de advogados. O objetivo era explorar esses sistemas e obter informações.
O criador do Football Leaks tinha pleno conhecimento de que o acesso a esses dados era proibido, mas mesmo assim procurou capturar as credenciais de utilizadores para ter acesso às informações disponíveis. Em abril de 2017, Rui Pinto decidiu partilhar os emails do Benfica com o diretor de comunicação do FC Porto, Francisco J. Marques, e mais tarde passou a publicá-los no blogue Mercado de Benfica.
A acusação surge a cerca de uma semana de ser conhecida a decisão do julgamento do processo Football Leaks, no qual Rui Pinto é acusado de acesso ilegal a informações confidenciais de clubes de futebol, empresas e autoridades.
Este processo acrescenta mais um capítulo ao caso Rui Pinto, que tem despertado grande atenção mediática e divide opiniões. Enquanto alguns o consideram um denunciante corajoso e defensor da transparência, outros veem-o como um criminoso que invadiu a privacidade de várias entidades.