O guarda-redes Trubin, de apenas 22 anos, estreia-se num clássico pelo Benfica, mas a pressão não será um problema para o jogador. António Ferreira, treinador de guarda-redes que trabalhou com Trubin no Shakhtar Donetsk, elogia a personalidade forte e a maturidade do jovem ucraniano. Segundo ele, os desafios de alto nível que Trubin já enfrentou ajudaram a desenvolver a sua confiança. Além disso, o guarda-redes já jogou cinco clássicos contra o Dínamo de Kiev, o que lhe garante experiência para lidar com jogos grandes.
Foi no Shakhtar Donetsk que António Ferreira se cruzou com Trubin, e o treinador recorda que esses jogos de maior importância são essenciais para ganhar confiança: 'O Trubin tem uma personalidade forte e uma maturidade grande para a idade. É o primeiro clássico em Portugal, é o início de uma nova história para ele. Isso tem outra importância: jogar a Liga dos Campeões, jogar o primeiro clássico, quando for com o Sporting também será, é importante passar por isso. Poderá estar um pouco ansioso, mas depois com os primeiros minutos do jogo vai estar como está nos outros jogos. Vai ter é mais trabalho, provavelmente. É um jogo com maior tensão, é diferente por ser o primeiro, mas não o vejo a estar nervoso'.
Trubin jogou cinco clássicos contra o Dínamo de Kiev durante sua passagem pelo Shakhtar, o que, na opinião de António Ferreira, lhe garante experiência para lidar com jogos grandes: 'Nós jogávamos muito com o Dínamo porque, inicialmente, o campeonato era disputado em duas fases. Depois a Supertaça e na Taça também nos encontrámos sempre. Eram muitos jogos, ajudava a lidar com a pressão, se algum corresse mal. Tudo isto ajuda, assim como os campeonatos ganhos e todas essas conquistas. Mas aqui [em Portugal] ele tem de fazer a história dele, não começa do zero porque tem os jogos do Shakhtar e isso ajuda... ele já decidiu muitas situações de jogo, mas agora é um novo início', insiste o treinador.
O treinador também comenta sobre a estreia de Trubin na Liga dos Campeões contra o RB Salzburgo, em que o guarda-redes cometeu uma penalidade no primeiro minuto: 'Ele não perde a cabeça e começa a cometer erros atrás de erros. Não foi uma estreia fácil, foram 15 minutos difíceis para o Benfica e para ele. Não correram bem, mas o público depois ficou mais nervoso do que ele, porque o Trubin continuou a fazer o jogo dele, tranquilo. Faz parte, nem sempre vai tudo correr bem. Agora, tem de olhar para o jogo com o FC Porto como mais um desafio, é um bom jogo para provar a qualidade que tem'.
António Ferreira ainda acredita que Trubin precisa de mais tempo para se sentir em casa no Benfica, mas ressalta que a pressão e os nervos não serão um problema para o guarda-redes: 'Se fosse português ia sentir mais por causa das rivalidades. Ele vem de um contexto, pessoal e desportivo, com situações difíceis. O que será um jogo de futebol comparado com aquilo que ele tem vivido com a guerra na Ucrânia nos últimos tempos? É mais um jogo, com alguma ansiedade inicial, mas no aquecimento passa'.