No dia em que celebra 78 anos, Toni foi o protagonista de uma reportagem especial que passou na BTV. Ao canal do Benfica, o antigo jogador e treinador das águias recordou alguns dos momentos que mais o marcaram em 28 anos ao serviço dos encarnados nas mais variadas funções.
O artigo abre com Toni a mostrar uma capa do jornal que lhe foi oferecida no seu 75.º aniversário, destacando: «Esta capa é de 14 de outubro de 1946, a data do meu nascimento».
Da Infância aos Inicios da Carreira
Recorrendo a várias fotografias, Toni relembrou a sua história, começando pela infância, onde recorda os pais e os avós: «Não havia o que há hoje, mas uma coisa nunca faltou: amor.»
O antigo médio recorda o momento que mudou definitivamente o rumo da sua carreira: «Jogava no Anadia e um dia defrontámos a Académica de Coimbra e estava lá o capitão Mário Wilson para ver esse jogo, o que me permitiu uma carreira que, caso ele não estivesse nesse jogo, nós nem estávamos aqui a conversar.»
Homenagem aos Colegas e Amigos
Emocionado, Toni não esquece os colegas e amigos que já partiram: «Nas fotos quer da académica quer do Benfica, quando olho para as que têm o plantel completo ou as que só têm 11, há sempre quatro ou cinco que já partiram e deixam uma saudade imensa, porque é sempre um bocadinho de nós que parte também.»
Recorda também o primeiro dia de águia ao peito: «A minha mão tremeu muito quando apertei a deste grande senhor que marca a história do Benfica, do futebol português e do futebol mundial, o grande capitão Mário Coluna. As pessoas diziam que o vinha substituir, mas estavam erradas, não havia nada mais errado que isso.»
Grandes Jogadores do Benfica
Toni presta tributo aos «grandes jogadores que o Benfica teve» como «Francisco Ferreira, Rogério Pipi, Julinho, Arsénio», num plantel que venceu o campeonato de 1972/73 invicto, destacando o Rei: «Fomos abençoados por ter tido a oportunidade de jogar com Eusébio da Silva Ferreira.»
Sobre o fim da sua carreira como jogador, Toni conta: «Num jogo contra o Beira-mar, estávamos a ganhar 4-0, prendi um pouco mais a bola ou fiz mal um passe e ouviu-se coro de assobios, fui substituído porque o treinador se apercebeu e lembro-me de chegar ao túnel e ter um momento daqueles que nos marcam, de como o futebol é cruel.»
A Carreira como Treinador
Seguiu-se uma nova carreira, agora como treinador. «Frequentei o curso de treinadores em França e tive vários treinadores que me marcaram», disse, destacando John Mortimore e Eriksson.
Recordando a sua passagem como treinador principal do Benfica em 1988/1989, Toni aponta: «A época começa, refez-se a equipa e a equipa teve a capacidade de ganhar esse campeonato, onde na grelha de partida partia em terceiro, porque havia um Sporting e um FC Porto muito fortes e ganhámos um campeonato que começou com alguma turbulência.»
O Legado do Benfica
Ao recordar os Galardões Cosme Damião deste ano, o antigo treinador e jogador do Benfica volta a caracterizar a instituição: «A força do Benfica é uma força que lhe é dada pela forma como aglutina as pessoas a um ideal que nasceu, como também alguém já disse, que foi a mais bela ideia do desporto do séc. XX, a fundação do Sport Lisboa e Benfica por Cosme Damião e seus pares.»
Mensagem Final de Toni
E termina a reportagem, deixando uma mensagem especial: «O Eriksson fez uma síntese de que gostei muito, quando ele sabe que a morte o esperava, que era uma morte anunciada pela doença que tinha, ele diz 'não chorem pela minha morte, porque a minha viagem foi fantástica. Vivam a vida. Vivam a vida!' e é isso. Num mundo onde anda meio mundo a tentar enganar o outro, devemos retirar o bom que a vida nos pode proporcionar.»
Toni conclui: «Não sei quanto tempo tenho, portanto tenho de desfrutar a vida e depois, também tenho de dizer isto, não chorem quando eu partir. A viagem que cada um faz, mais que tristeza, é importante viver a vida. Se não a vivermos, não é depois de morrermos que a vamos viver. Desfrutemos do tempo que cá estamos. Viver a vida de uma forma simples, mas vivê-la todos os dias!»