O regresso de Bruno Lage ao Benfica

  1. Bruno Lage regressou ao Benfica
  2. Rui Costa escolheu Lage tendo em conta princípios essenciais
  3. Treinadores portugueses têm reconhecimento internacional

O regresso de Bruno Lage ao Benfica, discutido e questionado ao pormenor tal como tudo na nossa atualidade, é uma aposta já ganha pelo seu presidente, Rui Costa. Resistindo ao populismo dos nomes, que, qual leilão, foram sendo lançados na praça, a escolha de Lage obedeceu a alguns princípios que se vêm confirmando decisivos.

A escolha certa


Escolher alguém que conhecesse bem o clube e o nosso campeonato era, desde logo, fundamental. O facto de não haver tempo a perder com transições e adaptações de quem aterra num novo meio e tem que perguntar tudo era outra óbvia condicionante com a época já em andamento. Finalmente, e condição essencial, escolher alguém com reconhecida competência, que o passado no clube e o seu trajeto seguinte comprovam.

Antigamente tudo o que vinha de fora era considerado melhor, incluindo os treinadores, numa época em que a tradicional humildade portuguesa durou sem progresso. Essa tendência foi interrompida com estrondo e efeito imediato por José Mourinho no contexto europeu e também por Manuel José em terras africanas. - recorda Rui Águas.

Continuidade e novos métodos


Rui Águas considera que poucas vezes uma pausa para as seleções terá sido tão inoportuna, ao contrário dos seus rivais que, claramente, suspiravam por ela. Não bastasse a paragem definida, no caso benfiquista ainda foi antecipada, obra de mais um nevoeiro inconveniente mas previsível, que alguém com responsabilidade tarda em evitar.

Águas acredita que a continuidade é uma condição obrigatória para qualquer equipa chegar ao melhor rendimento, ainda mais quando se procura consolidar uma nova metodologia de treino e ideias recém-chegadas. A verdade é que os jogadores estão sempre mais recetivos depois do sucesso, como se verificou com a vitória sobre o Atlético de Madrid, que faz «sonhar mesmo os mais racionais e recordar outros tempos felizes».

Respeito e fair play


Num outro registo, Rui Águas descreve uma agradável tarde de domingo em que assistiu a um jogo do Lusitano de Évora, no campeonato de Portugal. Para além dos encantos da cidade, ficou surpreendido com o comportamento dos adeptos locais, que aplaudiram o guarda-redes adversário expulso e a equipa visitante no final, num «excelente exemplo» de fair play e respeito.