Um arranque misto com Roger Schmidt
O Benfica chegou aos oito jogos nesta época, com quatro sob o comando de Roger Schmidt e outros quatro de Bruno Lage. A equipa produz agora melhor futebol, como provam os números: ganha mais, marca mais, não espera tanto para marcar e usa mais recursos como as bolas paradas.
Schmidt arrancou a época com uma derrota em Famalicão (0-2), seguiram-se triunfos sobre Casa Pia (3-0) e Estrela da Amadora (1-0) na Luz e acabou com o empate com o Moreirense (1-1), no Minho. A equipa marcou, então, cinco golos e sofreu três, numa média de 1,25 golos marcados por jogo. Oitenta por cento dos golos foram marcados na segunda parte e, talvez mais significativo, 60 por cento nos últimos 15 minutos. Apenas um dos golos foi apontado na primeira parte.
Bruno Lage traz melhoria nos resultados
Já com Bruno Lage no comando, o Benfica conseguiu três vitórias nos três compromissos seguintes — contra Santa Clara (4-1), Estrela Vermelha (2-1), no arranque da Liga dos Campeões, e Boavista (3-0), no Bessa. A equipa marcou 14 golos e sofreu três. A média de golos subiu de 1,25 por jogo para 3,5. Onze golos (78,6 por cento) foram marcados dentro da área, três fora da área (21,4 por cento). E os encarnados têm, agora, um recurso que não utilizaram nos primeiros quatro jogos de Schmidt — as bolas paradas, das quais nasceram cinco (35,7 por cento) dos 13 golos.
Opinião de Manuel Machado
Principalmente o facto de colocar os jogadores na posição certa, sem fazer remendos, diz Manuel Machado, treinador de 68 anos, ao jornal A BOLA. O técnico frisa que Lage criou fluidez na equipa, que dá ao Benfica um novo rendimento e que, embora ainda não haja um futebol muito diferente, ao nível do que é importante, as vitórias, o Benfica está diferente e para melhor.
Análise de Álvaro Magalhães
Benfica precisava de colocar os jogadores nas devidas posições. Melhorou o rendimento da equipa e a parte anímica. Estão mais felizes, muitos andavam insatisfeitos por jogar noutras posições, jogadores com qualidade como Kokçu, Aursnes... e, agora, o rendimento é diferente., afirma Álvaro Magalhães, treinador de 63 anos e antigo defesa-lateral das águias.
Expectativas futuras
Manuel Machado acredita que a formação encarnada ainda vai melhorar, com o criar de novas rotinas, uma vez que nada nasce grande, tudo nasce pequeno e vai crescendo se o trabalho for bem feito. E explica: O treinador tem poucas semanas de trabalho e já há resultados devido às alterações feitas. Há um ciclo positivo de vitórias que pode moralizar para o jogo contra o Atlético de Madrid e adivinha-se um Benfica em crescimento, com mecanismos mais bem trabalhados e mais capacidade de chegar à zona de finalização, fazer golos e alcançar vitórias.
Já Álvaro Magalhães é da opinião de que os encarnados têm de ter mais intensidade e conseguir mais tempo de qualidade de jogo, pois fisicamente, a equipa ainda não está bem. Quando chega à segunda parte vive da capacidade individual dos jogadores. Em termos exibicionais, ainda está longe do que o Benfica pode fazer, reiterou.