Julgamento imediato e a ausência de contexto no futebol português

  1. Vivemos numa era de imediatismo no futebol
  2. Schmidt não encontrou explicação para a derrota do Benfica com o Famalicão
  3. Amorim não encontrou explicação para a derrota do Sporting na Supertaça com o FC Porto
  4. Benfica vende David Neres, cujas qualidades Schmidt elogiou
  5. Sporting vende Mateus Fernandes, cujas qualidades Amorim elogiou

O futebol português atravessa uma época de julgamento imediato, onde os treinadores são rapidamente condenados ou absolvidos pelos resultados, sem espaço para reflexão e entendimento do contexto. Este fenómeno é particularmente evidente no início da época atual, com as reações contrastantes aos resultados de Roger Schmidt, do Benfica, e Rúben Amorim, do Sporting.

Se Schmidt não encontrou explicação para a derrota do Benfica com o Famalicão, «condene-se»; se Amorim não encontrou explicação para a derrota do Sporting na Supertaça com o FC Porto, «absolva-se». Esta é a lógica dominante, onde pouco importam as justificações apresentadas posteriormente pelos treinadores em conferência de imprensa. O que conta é o julgamento imediato, sem apelo.

A mesma lógica nas vendas de jogadores

O mesmo se aplica a outras decisões, como a venda de jogadores. Se o Benfica vende David Neres, cujas qualidades Schmidt elogiou, «condene-se»; se o Sporting vende Mateus Fernandes, cujas qualidades Amorim elogiou, «absolva-se». Pouco importam as explicações, pois o julgamento já foi feito.

Este fenómeno não é novo no futebol, um negócio e indústria do «aqui e agora». Quando se ganha, tudo está bem e pouco mais importa; quando se perde, muito ou tudo o resto importa. Neste contexto, o escrutínio, a cobrança, as críticas e os protestos são inevitáveis, quer se trate de Rui Costa ou Roger Schmidt.

A necessidade de um julgamento equitativo

No entanto, o que parece mais difícil de encontrar é um julgamento equitativo, aplicando as mesmas leis a situações idênticas. Aqui, Rúben Amorim não está em causa, pois tem demonstrado a capacidade de dizer muito sem poder dizer tudo. Também não está em causa Roger Schmidt, que parece esforçado em recuperar a comunicação que o tornou convincente quando venceu.

O que está em causa somos todos nós, a nossa incapacidade de fazer o mesmo julgamento para situações idênticas e de não ouvirmos Schmidt como ouvimos Amorim. Nós, jornalistas, somos vítimas, mas também culpados, deste ambiente de imediatismo no futebol. Muitas vezes aqui erramos, e temo que não fique por aqui.

Bruno Lage e Vítor Bruno anteviram o clássico Benfica-FC Porto

  1. Bruno Lage deixou um aviso aos rivais: «Clássico? Amanhã temos de reagir à Benfica perante os nossos adeptos»
  2. Vítor Bruno disse que a derrota do FC Porto frente à Lazio «foi porque a equipa queria muito vencer o jogo»
  3. Vítor Bruno reconheceu que o menor tempo de recuperação face ao rival é «sempre um constrangimento»
  4. Vítor Bruno afirmou que «a margem de erro para um clube como o FC Porto é sempre zero, é sempre ganhar ou ganhar»

Histórias de benfiquistas em Munique antes da final

  1. Antes do jogo da prova milionária, a missão em Munique era uma: a procura pelas histórias de alguns das centenas de benfiquistas que se encontravam na Marienplatz durante a concentração dos adeptos do Benfica.
  2. Filipe Carvalheira, de 22 anos, é um destes adeptos que já viveu em Norwich mas regressou a Portugal após a pandemia.
  3. Filipe Carvalheira aparece numa foto da crónica do zerozero sobre o jogo do Benfica em Anfield.
  4. Um adepto do Benfica chorou emocionado por estar a apoiar o clube que fundaram há 120 anos.