A paciência de António Salvador com os treinadores do Sp. Braga

  1. Eleito presidente do SC Braga pela primeira vez a 24 de fevereiro de 2003
  2. Afastou o seu primeiro treinador, Fernando Castro Santos, em menos de dois meses
  3. Jesualdo Ferreira foi treinador do Sp. Braga durante 3 anos e 122 jogos
  4. Carlos Carvalhal teve duas passagens pelo Sp. Braga, com um total de 104 jogos
  5. Domingos Paciência levou o Sp. Braga à final da Liga Europa em 2010/2011

António Salvador não é conhecido pela sua paciência quando se trata de treinadores no Sporting de Braga. Ao longo dos seus 20 anos como presidente do clube, Salvador dispensou inúmeros técnicos, desde Fernando Castro Santos até Carlos Carvalhal, passando por nomes como Jesualdo Ferreira, Jorge Jesus, Domingos Paciência, Paulo Fonseca, Abel Ferreira e Rúben Amorim, entre outros.

Apesar desta aparente instabilidade, Salvador tem demonstrado um olho clínico incrível na escolha de treinadores que mais tarde se tornaram campeões nos mais diversos países. Desde Jesualdo Ferreira a Jorge Jesus, Leonardo Jardim, José Peseiro, Sérgio Conceição, Paulo Fonseca e Abel Ferreira, o presidente do Sp. Braga parece ter um talento especial para identificar futuros grandes técnicos.

Afastamento de Fernando Castro Santos


Eleito presidente do Sp. Braga pela primeira vez a 24 de fevereiro de 2003, Salvador demorou menos de dois meses a afastar o seu primeiro treinador. Após dois empates e duas derrotas entre as jornadas 24 e 27 da Liga 2002/2003, que fizeram a equipa cair do 9.º para o 14.º lugar, o presidente dispensou o espanhol Fernando Castro Santos.

A era Jesualdo Ferreira


O primeiro treinador escolhido por Salvador foi António Conceição, de forma interina. Mas logo de seguida entrou Jesualdo Ferreira, que estava sem trabalhar desde que saíra do Benfica no final de 2002. Jesualdo iria durar três anos como treinador do Sp. Braga, um longo período de estabilidade se comparado com outros técnicos.


«Jesualdo durou três anos como treinador dos bracarenses e, sobretudo, como treinador de António Salvador. Nada menos de 122 jogos ao serviço dos guerreiros do Minho com um 5.º lugar em 2003/2004 e 4.ºs lugares em 2004/2005 e 2005/2006», refere o texto.

Os altos e baixos de Carlos Carvalhal


Seguiu-se a primeira passagem de Carlos Carvalhal pelo banco bracarense, em 2006/2007, mas que não foi muito prolongada - apenas 13 jogos. Carvalhal voltaria mais tarde, em 2019, para um período mais longo de 104 jogos no comando da equipa.


«A época 2006/2007 não terminaria sem que o SC Braga tivesse mais dois treinadores: Rogério Gonçalves e Jorge Costa (sim, esse). O primeiro fez 14 jogos e levou a equipa até ao 5.º lugar. Porém, a derrota fora de casa frente ao Leiria de Domingos Paciência (0-1) ditou o fim da ligação de Rogério Gonçalves. O seu substituto foi o seu adjunto: Jorge Costa.»

A chegada de Jorge Jesus


Após a saída de Domingos Paciência, que levou o Sp. Braga a uma final da Liga Europa, Salvador contratou Jorge Jesus, que estava no Belenenses. A época não foi particularmente brilhante, com os bracarenses a terminarem no 5.º lugar, mas Jesus acabaria por ser contratado pelo Benfica pouco depois.

O sucesso de Domingos Paciência


Com a saída de Jorge Jesus, António Salvador contratou Domingos Paciência, que iria liderar o Sp. Braga a duas excelentes temporadas. Em 2009/2010, a equipa esteve na luta pelo título até ao fim, terminando no 2.º lugar a cinco pontos do campeão Benfica. Na época seguinte, ficou no 4.º lugar, mas alcançou a final da Liga Europa, perdendo apenas para o FC Porto de André Villas-Boas.

A passagem efémera de José Peseiro


Após a saída de Domingos Paciência para o Sporting, Salvador contratou José Peseiro, que estava sem trabalhar há cerca de um ano. Os bracarenses ficaram no 4.º lugar e conquistaram a Taça da Liga, o primeiro troféu da era Salvador.

O regresso de Jesualdo Ferreira


No início de 2013/2014, Jesualdo Ferreira, depois de curta passagem pelo Sporting, voltava a Braga para suceder a José Peseiro. Porém, o regresso não foi brilhante e Jesualdo sairia em fevereiro de 2014, após 30 jogos.

A aposta em Sérgio Conceição


Depois, Salvador apostou em Sérgio Conceição, que terminara 2012/2013 no 8.º lugar com a Académica. Na época seguinte, 2014/2015, o Sp. Braga voltou à quarta posição e à final da Taça de Portugal, perdendo-a para o Sporting no desempate por penáltis.

O sucesso de Paulo Fonseca e Abel Ferreira


Após a saída de Sérgio Conceição, Salvador contratou Paulo Fonseca ao Paços de Ferreira. Fonseca terminou, de novo, no 4.º lugar, mas com mais um troféu no bolso, a Taça de Portugal, ganha ao FC Porto.


Mais tarde, Salvador iria contratar Abel Ferreira, que ficaria até 2019 e chegaria a duas finais da Liga Europa com o Sp. Braga.

A chegada de Rúben Amorim


Após uma curta passagem de Ricardo Sá Pinto, Salvador contratou Rúben Amorim, que apenas dois meses e 13 jogos depois, aceitou a proposta do Sporting.

O regresso de Carlos Carvalhal


Carlos Carvalhal regressou ao Sp. Braga em 2019, ficando 104 jogos no comando da equipa. Terminou a época 2020/2021 no 4.º lugar da Liga e com a Taça de Portugal no bolso.

A aposta em Artur Jorge


Após a saída de Carvalhal, Salvador decidiu voltar à prata da casa e chamou Artur Jorge, que realizara os últimos cinco jogos de 2019/2020. A equipa termina 2022/2023 no 3.º lugar e Artur Jorge vence a Taça da Liga em janeiro de 2024, mas acaba por aceitar o convite do Botafogo em abril.

A chegada de Daniel Sousa e Carlos Carvalhal


Mal soube da saída de Artur Jorge, Salvador contratou Daniel Sousa, treinador do Arouca. Mas Sousa durou apenas quatro jogos, sendo substituído por Carlos Carvalhal, que regressou ao Sp. Braga dois anos e três meses depois de ter saído.

O olho clínico de António Salvador


Apesar da aparente instabilidade, Salvador tem demonstrado um talento especial na escolha de treinadores que mais tarde se tornariam campeões nos mais diversos países, como Jesualdo Ferreira, Jorge Jesus, Leonardo Jardim, José Peseiro, Sérgio Conceição, Paulo Fonseca e Abel Ferreira.

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