O Benfica apresentou uma proposta de revisão dos seus estatutos, em consenso com o movimento Servir o Benfica e a Comissão Técnica inicial, com o objetivo de reforçar o controlo do clube sobre a sua Sociedade Anónima Desportiva (SAD).
De acordo com Jaime Antunes, vice-presidente do Benfica que liderou o processo, <«com a proposta de estatutos reforça-se o peso e a intervenção do Benfica nas participadas e particularmente nas sociedades desportivas. O Benfica não pode perder a maioria, tem de manter a gestão e compete-lhe sempre indicar o presidente do Conselho de Administração e da Comissão Executiva se ela existir»>. Antunes garantiu ainda que <«é impossível com estes estatutos» que surja um investidor a assumir papel maioritário na SAD.
Limites de mandatos e remunerações
A proposta prevê a «limitação de três mandatos para os presidente da Direção, da Mesa da Assembleia Geral, do Conselho Fiscal e da Comissão de Remunerações», medida que, segundo Jaime Antunes, «vem ao encontro do sentimento geral para não haver eternização das pessoas» nos cargos. Será também criada uma Comissão de Remunerações, composta por cinco sócios eleitos, que «não poderá ser demitida» e que terá como objetivo regular e controlar a remuneração dos órgãos sociais, com um teto de 0,5% da faturação global do grupo Benfica.
Valorização dos sócios
Outra novidade é a «valorização dos sócios» na proposta a votar. Os sócios com filiação de um a cinco anos passam a ter três votos (antes era um) e entre os cinco e os dez anos terão dez votos (antes eram cinco). Além disso, os associados vão «passar a aprovar as contas consolidadas do universo Benfica e não apenas as contas individuais do Benfica».
A proposta de revisão dos estatutos, já entregue ao presidente da Mesa da Assembleia Geral, Fernando Seara, será sujeita a votação em Assembleia Geral a realizar em setembro. O documento prevê ainda a possibilidade do voto eletrónico acabar, com Jaime Antunes a admitir que «divide os benfiquistas» e que os próximos atos eleitorais deverão decorrer com voto físico em urna, «a não ser que por unanimidade as listas concorrentes aceitem o voto eletrónico».