Transferências problemáticas
Uma auditoria forense realizada na Benfica SAD revelou vários casos problemáticos envolvendo a contratação e venda de jogadores, com prejuízos significativos para o clube.
Um dos casos analisados foi a transferência de Pedro Henrique. O Benfica pagou 1 milhão de euros ao Grêmio Anápolis para adquirir os direitos do jogador em janeiro de 2019. Pouco tempo depois, o Benfica «ofereceu» Pedro Henrique ao Farense, sem receber qualquer valor pela transferência. De acordo com a auditoria, «A 31 de julho de 2020 é assinado o contrato de cessão definitiva dos direitos de inscrição desportiva do jogador ao Farense, não tendo sido acordado nenhuma contrapartida a pagar pelo Farense ao Benfica».
Conflitos de interesse e comissões excessivas
Outro caso analisado foi a contratação de Yony González. Apesar de ter feito parte dos quadros do Benfica durante cerca de três anos, o avançado brasileiro nunca chegou a jogar um único minuto pela equipa principal. A auditoria alerta para a possibilidade de conflito de interesses nesta transferência, uma vez que o agente Bruno André Carvalho representava simultaneamente os interesses do Benfica e do próprio jogador na negociação. Além disso, a comissão paga nesta transferência, de 2,25 milhões de euros, representa 44% do valor da remuneração bruta do jogador, muito acima do limite de 3% estabelecido pela FIFA.
Outro caso analisado foi a transferência de Cláudio Correa. Em 2012, o Benfica pagou 600 mil euros ao Rubio Ñu para contratar o avançado paraguaio. Após apenas 16 jogos pela equipa B, o Benfica vendeu os direitos do jogador a uma empresa sediada num paraíso fiscal, a Master International FZC, por apenas 520 mil euros, tendo assim um prejuízo de 80 mil euros na operação.