O ataque tem sido um problema para Roger Schmidt em 2023/24. O treinador encarnado nunca conseguiu encontrar ao longo da temporada uma aposta consistente para o posto de ponta-de-lança - ao contrário do que sucedeu na época passada, na qual Gonçalo Ramos foi o indiscutível - e as mexidas foram constantes.
O técnico alemão utilizou cinco jogadores como referências do sector ofensivo. Arthur Cabral foi quem mais jogos fez de início (19), mas Tengstedt foi aquele que teve maior série seguida: sete no onze.
Rotatividade constante
Schmidt utilizou cinco futebolistas no lugar mais avançado do ataque, mas nenhum conseguiu convencê-lo por completo. Se Rafa foi opção esporádica e sobretudo em função de planos estratégicos, Musa acabou por sair em janeiro, sobrando Tengstedt, Arthur Cabral e Marcos Leonardo (reforço de inverno). Nenhum deles foi capaz de assumir-se como o dono da posição e a verdade é que a constante rotação acabou por provocar também desgaste nos atletas, insatisfeitos precisamente pela falta de regularidade no onze.
Não basta marcar golos para ser titular no Benfica, atirou o técnico antes do clássico com o FC Porto, justificando a perda de espaço de Arthur Cabral, que atingiu uma sequência de cinco partidas no onze, interrompidas com a aposta surpresa em Musa na meia-final da Taça da Liga com o Estoril.
Tendstedt o mais constante
Entre os atuais três pontas-de-lança, Tendstedt é o único que resta em relação a 2022/23, já que foi contratado em janeiro de 2023. Curiosamente, relegado momentaneamente para terceira opção, já que Marcos Leonardo e Arthur Cabral foram os últimos a entrarem no onze, o avançado dinamarquês foi aquele que mais tempo conservou a titularidade: fê-lo ao longo de sete partidas seguidas, entre a receção ao Famalicão na Taça de Portugal e o encontro, também na Luz, com o Aves SAD, para a Taça da Liga.
Números da titularidade
Os cinco jogadores utilizados de início como pontas-de-lança marcaram 14 golos com esse estatuto. O melhor é Arthur Cabral, com sete. Já Gonçalo Ramos, que se transferiu no último verão para o Paris Saint-Germain, não deu hipótese à concorrência na época transata: disputou 47 dos 55 jogos realizados pelo Benfica e entrou de início em 46 desses desafios. Foi titular em 83,6 por cento das ocasiões, tendo alcançado como melhor série uma fase de 18 jogos seguidos nas primeiras apostas. Já Arthur Cabral, o mais lançado esta temporada, fez apenas 35,2 por cento das partidas no onze.