O treinador do FC Porto, Sérgio Conceição, fez declarações importantes durante a antevisão do jogo contra o Vizela, válido pela 26.ª jornada da Liga Betclic. Conceição abordou diversos temas, desde a performance da equipa até questões relacionadas com a competição europeia e as convocatórias para as seleções.
Desafio da Competitividade Constante
Sérgio Conceição começou por falar sobre a dificuldade do último jogo e a importância de encarar cada partida como se fosse a última: «Antes de começar, foi uma manhã difícil, com uma indisposição que tive, mas que agora está a melhorar. Em relação ao jogo passado, faz parte daquilo que é a nossa vida de profissionais de futebol. É verdade que temos o sentimento de alguma injustiça perante uma equipa que teoricamente era mais forte que nós a nível individual. Ninguém apostava se calhar em duas prestações fantásticas como tivemos, mas o futebol é um recomeçar constante e isso já passou. Agora é olhar para o que falta. Nove jogos de campeonato, dois e esperemos que três da Taça de Portugal, e é enfrentar cada jogo como se fosse o último. É isso que vamos fazer perante um Vizela que tem diferentes objetivos à medida que isto vai caminhando para o final, onde os jogos ganham o seu peso e dimensão para todas as equipas, principalmente para as que estão lá em cima e lá em baixo».
Equilíbrio entre Competições
O técnico portista também abordou a diferença de desempenho entre a equipa na Liga dos Campeões e no campeonato nacional: «São contextos diferentes. Jogos diferentes, caraterísticas próprias. Isto vem um bocadinho ao encontro do que tenho dito nos últimos anos, que o mais difícil para o treinador é trabalhar o plano mental nesta nova geração. Todo um trabalho tem de ser feito para os jogadores perceberem que cada dia é um dia muito importante para se melhorar, evoluir, alimentar essa competitividade que tem de existir dentro de cada um e depois com os outros. As coisas boas que havia uns anos essa geração tinha era exatamente isso. Uma mera peladinha era para ganhar, era no limite. Com a qualidade e talento que existe hoje, se juntarmos essa atitude competitiva - e temos o caso de alguns jogadores que fazem carreiras longas e de grande nível -, isso é que é importante. De há um tempo a esta parte a equipa tem atingido um patamar muito positivo, mas claro que nem sempre é perfeito. Queríamos ser eficazes em todos os momentos do jogo. Nem sempre foi possível, mas vamos atrás dessa estabilidade e de permitir à equipa que esteja sempre no máximo, no limite, porque dar tudo não basta. Ir ao limite é o mínimo e tem de ser assim em todos os jogos, competições e em todos os dias».
Objetivo de Terminar em Alta
Sérgio Conceição também falou sobre a importância de acabar a época em alta e a evolução da equipa: «A nossa convicção é que acabamos a época de forma muito forte, mesmo no ano passado fizemos a melhor 2.ª volta de sempre e não chegou para ganhar o título. Tem a ver também com algumas mudanças que se fazem, jogadores que chegam e que têm o seu tempo normal e natural na sua evolução, mas essa evolução tem de ser feita a ganhar, depois qualquer ponto perdido fica difícil. Nos últimos anos acabámos o campeonato sempre acima dos 80 pontos, e isto diz muito daquilo que é a competitividade que existe para se ganhar o título, a competição mais importante a nível interno. Esperemos que as coisas corram da melhor forma e essa evolução tem sido bem evidente para toda a gente, não só nos jogadores que jogam. Esperamos acabar a época em alta e de uma forma forte para ir à procura ainda daquilo que é possível. Temos duas competições onde é possível e é o que queremos».
Apoio às Equipas Portuguesas na Europa
O treinador do FC Porto também teceu elogios ao Benfica, único representante português nas competições europeias: «Sempre disse, para bem do ranking, que era bom que as competições europeias acabassem o mais tarde possível para as equipas portuguesas. Infelizmente só temos uma, mas nós temos sido quem contribui mais para esse ranking. O que queremos é que as equipas portuguesas tenham sucesso lá, e queria dar os parabéns ao Benfica pela passagem».
Orgulho nas Convocatórias
Conceição abordou ainda a convocação de jogadores para as seleções, mostrando-se feliz com as chamadas de Galeno e Francisco Conceição: «Fiquei muito feliz, pelo Galeno, do Wendell, uma equipa onde há tantas soluções. Fico extremamente feliz. Falei com o selecionador nacional há uns meses, onde foi pedido por ele para sensibilizar o Galeno para escolher a seleção portuguesa, contei ao Galeno essa conversa. Disse-lhe o que o selecionador tinha dito e dei a minha opinião sobre o que ele podia fazer. A jogar no campeonato português tinha mais hipóteses de ser chamado à seleção portuguesa; passaram seis, sete, outo e nove convocatórias, nunca foi chamado, e agora foi chamado à seleção do Brasil».
União e Suporte aos Jogadores
Por fim, Sérgio Conceição expressou a sua satisfação com as convocatórias dos jogadores para as seleções, incluindo o seu filho Francisco Conceição: «Vejo na mesma forma e sinto o mesmo que pelo Galeno e pelo Wendell. Fico feliz por eles. O João Mário também foi convocado, às vezes puxo-lhe as orelhas, mas fico tão contente como se fosse meu filho. São todos meus filhos. Não me metam em dificuldades...».