A condenação de César Boaventura por corrupção, no caso em que o tribunal deu como provado o aliciamento de jogadores do Rio Ave para facilitarem no jogo com o Benfica, gerou um pedido de punição por parte do FC Porto ao clube da Luz na justiça desportiva. No entanto, o especialista em direito do desporto Lúcio Correia acredita que o Conselho de Disciplina da FPF não terá muita margem para tomar uma posição que possa prejudicar o Benfica.
Lúcio Correia, professor de Direito do Desporto na Universidade Lusíada, afirmou que 'a justiça desportiva andou sempre atrás da justiça criminal'. Ele argumenta que, historicamente, nunca houve uma condenação desportiva sem que houvesse uma condenação criminal. Além disso, ele destaca que o Benfica não está envolvido no processo e cita casos anteriores, como o Cashball e os casos de Paulo Gonçalves e Paulo Pereira Cristóvão, em que cada clube foi excluído das investigações.
Embora reconheça que o processo contra César Boaventura no Conselho de Disciplina da FPF possa continuar, Lúcio Correia acredita que o Benfica não estará envolvido nesse processo. Ele explicou que César Boaventura era agente desportivo e não um dirigente do Benfica, e que não há evidências de que ele tenha agido sob ordens da direção do clube. Correia acrescentou que a lei é clara nesse aspecto, afirmando que 'tinha de existir a ordem de alguém dos órgãos sociais a dizer para corromper'.
O especialista também observou que o Benfica poderia ter se constituído como assistente no processo, mas optou por não o fazer. No entanto, ele reconhece que o clube pode buscar compensação pelos danos causados à sua imagem e reputação, visto que César Boaventura dizia atuar em nome do Benfica.