Ontem, o jogo entre Famalicão e Sporting teve que ser cancelado devido à falta de efetivos policiais para assegurar a segurança. Agora, as autoridades estão preocupadas com os jogos de hoje e, em particular, com o jogo entre o Benfica e o Gil Vicente, que terá mais de 50 mil adeptos nas bancadas do Estádio da Luz.
Segundo Bruno Pereira, representante da plataforma de sindicatos policiais, existe receio de que os protestos e confrontos entre adeptos possam ter outros contornos. Ele afirma: 'Temos vindo a alertar para os riscos do silêncio do governo a propósito das reivindicações dos polícias durante os últimos 30 dias. Por mais que a plataforma de sindicatos se bata pela moderação dos protestos, perante este desrespeito e depois de vermos que dois dias de protestos dos agricultores, por exemplo, foram suficientes para uma intervenção governamental, creio que há riscos de tudo isto poder vir a ter outros contornos'.
O governo já tomou medidas em resposta aos incidentes em Famalicão. O Ministro da Administração Interna determinou a abertura de um inquérito e convocou responsáveis das forças de segurança para uma reunião de emergência. No entanto, o jogo entre o Benfica e o Gil Vicente, que se realiza esta tarde, é o que mais preocupa as autoridades. Os adeptos das claques do Benfica já estão a ser monitorizados de perto, especialmente o subgrupo Casual, que costuma procurar o confronto com rivais e com as forças de segurança.
O jogo está marcado para as 18 horas e é esperada a presença de entre 3800 a 4000 adeptos de claques do Benfica. Os adeptos devem começar a reunir-se nas imediações do estádio por volta das 14 horas, altura em que terão de ser vigiados, principalmente nas zonas de restauração e na Praça do Centenário. Em caso de resultado desfavorável para o Benfica, o risco de desacatos aumenta consideravelmente.
Este jogo, tal como outros, requer um grande contingente policial para garantir a segurança de todos os envolvidos.