Num Estádio do Dragão em festa, o FC Porto venceu o Arouca por 2-0, mas o momento mais aguardado da noite foi, sem dúvida, o regresso de Iván Marcano aos relvados. Após um ano e meio de paragem devido a uma grave lesão no joelho direito, o experiente defesa central voltou a sentir o sabor da competição, recebendo uma calorosa ovação dos adeptos portistas.
O regresso de Marcano, aos 37 anos, é uma história de resiliência e superação. O jogador, que sofreu uma rotura do ligamento cruzado anterior em janeiro de 2023, durante um jogo contra o Estrela da Amadora, passou por um longo e árduo processo de recuperação, marcado por várias intervenções cirúrgicas. A sua determinação e profissionalismo foram recompensados com a oportunidade de voltar a vestir a camisola do FC Porto, demonstrando que a idade é apenas um número quando a paixão pelo futebol fala mais alto.
«Foi um ano e meio difícil»: Marcano expressa a sua emoção
Visivelmente emocionado, Iván Marcano não escondeu a sua felicidade por regressar aos relvados. «Foi um ano e meio difícil, com uma recuperação complicada. Tive muitas pessoas que me ajudaram, num processo que foi bastante complicado», afirmou o defesa central, citado após a partida.
O jogador fez questão de agradecer o apoio que recebeu durante este período, referindo que várias pessoas foram fundamentais na sua recuperação. Marcano também destacou a importância de poder voltar a dar o seu contributo à equipa, tanto dentro como fora do campo. «Vou tentar dar sempre a minha ajuda e contributo. Às vezes, pode ser fora do campo, outras dentro. Quanto estás de fora, não é tão fácil ouvirem a tua palavra, mas agora estou cá», acrescentou.
Futuro nas mãos de Deus: Marcano pondera a carreira
Questionado sobre o futuro da sua carreira, Marcano preferiu não adiantar muitos detalhes, deixando o futuro «nas mãos de Deus». No entanto, o jogador confessou que, em alguns momentos, duvidou que pudesse voltar a jogar. «O futuro Deus dirá. Hoje consegui jogar. Para mim e para minha família foi muito importante. O coletivo é o mais importante para mim, e conseguimos a vitória. Foi um ano e meio, e a verdade é que pensei que não iria voltar. É que é um orgulho ter conseguido», revelou.
Anselmi elogia o regresso de Marcano
O treinador do FC Porto, Martín Anselmi, também comentou o regresso de Marcano, mostrando-se muito satisfeito por ver o jogador de volta aos relvados. Anselmi destacou a importância de Marcano para a equipa, não só pela sua experiência e qualidade, mas também pelo seu exemplo de superação. O treinador revelou que sabia o quanto Marcano desejava voltar a jogar, principalmente para que o seu filho o pudesse ver em campo. «Conheço muito pouco do Iván, mas o suficiente para estar muito contente por ele estar de regresso ao relvado. Sei o que passou, sei o que sofreu, sei o que pensa em relação ao futuro. Sei que em algum momento pensou que este momento não ia chegar. Também sei que queria que o seu filho o visse a jogar uma vez mais», afirmou Anselmi.
A importância da experiência de Marcano na equipa
Anselmi também abordou a importância de ter um jogador com a experiência de Marcano na equipa. O treinador referiu que o defesa central é um jogador de grande qualidade e que a sua presença é muito importante para o grupo. «É muito importante. É um jogador com muita experiência, muita qualidade. Não é por acaso que volta depois de tanto tempo e faz o jogo que faz. Terminou um bocado cansado, é normal, depois de tanto tempo sem jogar. Mas ter um jogador como ele, que sabemos toda a experiência que nos pode dar, para mim é muito importante», sublinhou.
FC Porto vence Arouca, mas Anselmi quer mais
O jogo entre o FC Porto e o Arouca, que marcou o regresso de Marcano, terminou com a vitória dos portistas por 2-0. Apesar do resultado positivo, o treinador Martín Anselmi reconheceu que a equipa precisa de melhorar a sua tomada de decisão, principalmente no último terço do campo. No entanto, o treinador mostrou-se confiante de que a equipa irá evoluir nesse aspeto e que o importante é estar a criar oportunidades de golo. «Sim. No último terço, vai chegar a calma. É normal. O importante é estar nessa situação. Quando o Fábio [Vieira] teve a calma, a bola entrou», analisou.
Varela: «Precisávamos de ganhar»
O médio Varela, que foi considerado o melhor em campo, afirmou que era fundamental vencer a partida após uma série de resultados menos positivos. «Vínhamos de uma série bastante negativa, precisávamos de ganhar. A equipa deu uma demonstração de caráter, jogámos muito bem na primeira parte, criámos bastantes ocasiões e eles também criaram. Na segunda parte, fomos muito sólidos na defesa. Estamos muito contentes por este triunfo», analisou.
O jogador também desvalorizou o prémio individual, afirmando que o mais importante é o coletivo. «É um prémio individual, mas, às vezes, coletivo. O esforço da equipa faz com que dês o melhor de ti, estou muito contente pelo prémio e pela vitória», concluiu.
Anselmi elogia a qualidade do Arouca
Martín Anselmi também teceu elogios ao Arouca, reconhecendo a qualidade do jogo do adversário e o bom trabalho do seu treinador. O técnico portista revelou que felicitou o treinador do Arouca antes e depois da partida, destacando a organização e o conhecimento tático da equipa. «O Arouca joga bem. Disse-o e felicitei o treinador antes e depois do jogo. Joga bem com a bola, sabem o que fazem. Não é por acaso que estavam há oito jogos sem perder. Por momentos custou defendê-los e mas fomos conseguindo acomodar-nos. Até podíamos ter marcado antes, mas fico com a sensação de que a equipa comportou-se como deve ser, a lutar até final, qualquer que fosse a situação», afirmou.
Substituição de Rodrigo Mora: Decisão em minutos
O treinador do FC Porto também explicou as alterações que fez na equipa durante a segunda parte, nomeadamente a substituição de Rodrigo Mora devido a lesão. Anselmi referiu que a lesão de Mora o obrigou a tomar uma decisão rápida e que optou por colocar Fábio Vieira na posição, por ser um jogador que já tem experiência a jogar naquela zona do campo. O treinador destacou ainda a inteligência de Fábio Vieira na ocupação de espaços e a capacidade de Stephen Eustáquio para dar profundidade ao jogo. «Foi uma pena. Fez-nos tomar uma decisão em minutos. Queria trocar o menos possível. O Fábio tem jogado aí, tem estado bem, sabe jogar, é inteligente a ocupar espaços. E também entendia que o Stephen podia dar profundidade com o Borges. Sabíamos que podia dar muitas situações. Depois, com os 3 por dentro, com Gonçalo e Samu à frente, tivemos mais controlo com bola», explicou.
Ajustamentos táticos ao intervalo
Anselmi reconheceu que a equipa sentiu dificuldades em pressionar o Arouca na primeira parte, o que permitiu ao adversário infiltrar-se no meio-campo portista. No entanto, o treinador referiu que corrigiu essa situação ao intervalo, pedindo aos jogadores para fecharem os espaços e não perseguirem tanto os adversários. «Falei ao intervalo que tínhamos de ser inteligentes. O Arouca é uma equipa difícil de pressionar, há que entender o momento de pressão. Estávamos a persegui-los demasiado, abríamos espaços com isso e eles conseguiam infiltrar-se. Falámos de que tínhamos de fechar espaços, não perseguir tanto, pois sabíamos que se roubássemos a bola conseguíamos marcar. E assim foi», concluiu.