O longo caminho para a igualdade no futebol português

  1. O prazo estimado por Guterres para a igualdade real entre homens e mulheres deve ser acrescido de mais 50% no mundo do futebol português
  2. As redes sociais atacam figuras femininas no futebol português, o que é visto como prova de que os energúmenos estão de boa saúde (mas não mental)
  3. O texto apela a que haja mais mulheres de destaque no futebol português, e que isso deixe de ser notícia dentro de 450 anos

As declarações do Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, sobre a demora de 300 anos para alcançar a igualdade real entre homens e mulheres, parecem ainda mais verdadeiras quando aplicadas ao mundo do futebol português.

Segundo o autor do texto de opinião, no desporto-rei «que contraria todas as probabilidades estatísticas ao não se conhecerem mundialmente mais de dois homossexuais no ativo», será necessário acrescentar «no mínimo, mais 50 por cento» ao prazo estimado por Guterres.

Os ataques sofridos pela comentadora Sofia Oliveira nas redes sociais são vistos como «a prova de que os energúmenos estão de boa saúde (mas não mental)». No entanto, o autor considera que «vale que esse deve ser o lado para o qual a Sofia dorme melhor».

O texto apela a que haja «mais Sofias, Helenas, Marianas, Anas, Carolinas, Edites, Mónicas, Matildes, Ritas, Amélias, Filipas, Irenes, Martas» no mundo do futebol português, e que isso deixe de ser notícia «dentro de 450 anos».

Além disso, o autor elogia a homenagem da seleção espanhola às vítimas das cheias que assolaram a região de Valência, bem como a decisão do clube alemão St. Pauli de deixar a plataforma X, considerada um «antro».

Por fim, o texto questiona se não será «demasiado cedo para contestar Vítor Bruno» após a derrota do seu clube num clássico, e destaca a necessidade de mudanças no licenciamento dos treinadores por parte da ANTF (Associação Nacional de Treinadores de Futebol).