O regresso de Villas-Boas ao FC Porto e os obstáculos à sua obra

  1. 26.876 sócios compareceram às urnas nas eleições do FC Porto, um número recorde
  2. André Villas-Boas venceu as eleições por 80/20, com 21.489 votos contra 5.224 de Pinto da Costa
  3. Villas-Boas prometeu novas práticas, transparência e uma auditoria alargada no clube

Um recomeço histórico


As eleições para os órgãos sociais do FC Porto, realizadas no final de abril deste ano, ficaram marcadas por uma participação recorde de sócios. Cerca de 26.876 portistas compareceram às urnas, um número que superou largamente a anterior maior afluência, registada em 1988 com 10.731 votantes. O candidato André Villas-Boas conseguiu uma vitória esmagadora, com 21.489 votos, contra apenas 5.224 do presidente cessante, Pinto da Costa.

Com esta ampla vitória, que representou um triunfo por 80/20, ficou evidente a vontade da «nação azul-e-branca» em promover uma mudança de rumo no clube. Villas-Boas chegou ao poder com a promessa de novas práticas, transparência e uma auditoria alargada, com o objetivo de pôr fim a «privilégios e benesses a determinados lóbis».

Nervosismo e determinação


A chegada de Villas-Boas ao leme do FC Porto gerou reações distintas. De um lado, surgiram os que pareciam «preocupados com o que o futuro lhes podia trazer pelo que tinham feito no passado». Do outro, estavam os que se mostravam «prontos a cortar a direito», aparentemente ainda «espicaçados pelas tropelias cometidas contra eles durante a campanha eleitoral».

Enquanto a nova direção se concentrava em criar «condições para fechar um plantel minimamente competitivo» e evitar problemas com o «fair-play» financeiro da UEFA, o «outro lado» - «mal digerida a derrota por goleada» - passou a lançar «investidas cirúrgicas» sempre que havia a «presunção de que as coisas podiam correr mal, do ponto de vista desportivo, ao FC Porto».

Um ataque «assassino de caráter»


O primeiro ataque veio contra Vítor Bruno, com o intuito de ser «assassino de carácter». A ideia era explorar as «fragilidades que podem ser sempre capitalizadas num clube de futebol quando as vitórias não aparecem». Contudo, a «equipa de Vítor Bruno não estava para palhaçadas».

Desde então, e com especial ênfase no jogo com o SC Braga, têm-se ouvido «assobios e vaias recorrentes» no Estádio do Dragão, que, segundo o articulista, «têm explicação» e revelam a existência de uma «quinta coluna» no FC Porto, tal como aconteceu no Sporting após a saída de Bruno de Carvalho.

Os números não enganam


Apesar dos «assobios no estádio e das pichagens, fora dele», os números demonstram que o FC Porto de Vítor Bruno tem tido um início de época bastante positivo, com 15 pontos conquistados nos primeiros cinco jogos, 13 golos marcados e apenas 2 sofridos. Em comparação, na temporada 2023/24, com Sérgio Conceição, a equipa tinha somado apenas 11 pontos, marcado 7 golos e sofrido 3.

Ainda mais significativo é o facto de os jogos terem sido presenciados por 229.954 adeptos, um aumento de 16.960 espetadores em relação à época anterior.

Aproveitar o descontentamento


O articulista alerta que, apesar dos «números tramados», existe uma «quinta coluna» no FC Porto, ligada ao «poder anterior», que pretende «minar o trabalho que está a ser realizado por André Villas-Boas». Esta «minoria militante», que «perdeu os privilégios a que estava habituada», está a tentar «desestabilizar» o novo presidente através de «assobios no estádio e das pichagens, fora dele».

Para enfrentar estes obstáculos, Villas-Boas precisa de «solidificar a sua posição de presidente, através de um contacto pessoal constante com as bases». Quanto mais o fizer, mais isolará a «quinta coluna» e melhor preparará o clube para «ultrapassar os obstáculos e os dias menos bons que tocam a todos».

A necessidade de transparência


Uma das promessas de Villas-Boas era a realização de uma «auditoria forense alargada», com o objetivo de trazer à luz eventuais «privilégios e benesses a determinados lóbis». O articulista defende que o novo presidente deve cumprir essa promessa, «trazendo a público» os meios utilizados na «preparação» da atual temporada.

Essa transparência será fundamental para dissipar quaisquer dúvidas e demonstrar que a «equipa de Villas-Boas se preocupou, sobretudo, em criar condições para fechar um plantel minimamente competitivo e não cair na alçada do 'fair-play' financeiro da UEFA».

Rumo à consolidação


Apesar dos obstáculos e da «minoria militante» que tenta desestabilizar o seu trabalho, o articulista acredita que Villas-Boas tem condições para consolidar a sua posição e levar o FC Porto a novos patamares. Para isso, será essencial manter o «contacto pessoal constante com as bases», de forma a isolar a «quinta coluna» e preparar o clube para os desafios futuros.

Com uma equipa competitiva, transparência na gestão e o apoio da «nação azul-e-branca», o regresso de Villas-Boas ao comando do FC Porto poderá representar o início de uma nova era de sucesso e estabilidade no clube do Porto.

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  1. João Pereira não está autorizado a dar conferências de imprensa na Taça de Portugal e também não irá às "flash interview". Será Tiago Teixeira, técnico principal na ficha de jogo, a ter essa incumbência.
  2. Embora possa sentar-se no banco de suplentes, João Pereira não pode circular na área técnica junto aos bancos ou dar instruções diretamente aos jogadores.
  3. João Pereira chegou ao Sporting pela primeira vez em janeiro de 2010, proveniente do Braga. Saiu em 2012 e voltou em 2015 para nova transferência ano e meio depois. Acabou a carreira nos leões em 2020/21. Ganhou um campeonato e uma Supertaça como jogador.
  4. Depois de trabalhar como treinador nas equipas sub-23 e B dos leões, chega agora à liderança da equipa principal dos verdes e brancos.