O evento 'Procura pela Excelência no Futebol', organizado pelo Centro Universitário do Porto da Universidade Lusófona, contará com a presença do professor Mark Williams, principal investigador mundial sobre a tomada de decisão no futebol e especialista em ciência desportiva.
Em entrevista à A BOLA, Williams revelou a sua perspetiva sobre a importância do futebol de rua e do papel dos treinadores no desenvolvimento dos jogadores.
O benefício do futebol de rua
Há muitas provas empíricas que sugerem que a atividade lúdica informal, o futebol de rua, por exemplo, tem um efeito benéfico no desenvolvimento de competências técnicas e de inteligência de jogo, afirmou o professor.
No entanto, Williams alerta que o futebol de rua, por si só, não é suficiente: Por outro lado, se estiverem sempre a jogar futebol de rua será que estão a obter a melhor aprendizagem? No sentido em que, normalmente, quando jogamos futebol de rua, fazemos as coisas em que somos bons e não as coisas em que não somos tão bons.
O papel do treinador
Assim, o especialista defende um cenário intermédio, em que o papel do treinador é facilitar o ambiente de aprendizagem para otimizar o retorno da prática, não sendo demasiado prescritivo, mas também não os deixar jogar, ou seja, deixá-los fazer o que querem fazer. Isso também não funciona.
Williams considera que a formação de treinadores tem evoluído positivamente nas últimas duas décadas, com uma maior consciencialização dos princípios da aprendizagem de competências e do seu impacto na prática do treino. Destaca a iniciativa da Premier League de associar treinadores a mentores que os ajudam a otimizar as sessões de treino, integrando melhor a ciência com a prática.
Penso que estamos a avançar na direção certa, em termos de uma melhor integração da ciência com o treino. Até agora, tem sido um processo lento, mas penso que está a ganhar força, concluiu o professor.