Convicção de que Pedro Proença não será adversário
Aos 46 anos, e a terminar o último mandato à frente da Associação de Futebol de Lisboa, Nuno Lobo está a preparar o anúncio da candidatura à presidência da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), onde Fernando Gomes vai sair. Num depoimento desassombrado, Lobo assume que, como vê em Pedro Proença «um homem de honra e palavra», não acredita que seja seu adversário na corrida à Cidade do Futebol.
«Estou convicto, plenamente convicto, de que Pedro Proença não será candidato a presidente da FPF», afirma Lobo. «Conheço-o, tenho com ele uma boa relação, pessoal e institucional, foi meu árbitro em Lisboa até abraçar este projeto na Liga e tenho de Pedro Proença, genuinamente, a ideia de um homem que cumpre os seus compromissos, de um homem de palavra, de um homem que honra aquilo que diz.»
Compromissos de Pedro Proença
Lobo lembra que Proença foi eleito presidente da Liga há cerca de um ano, para um último mandato, e foi também eleito para a European Leagues há poucos meses. «Não acredito, por aquilo que conheço dele, que renegue os compromissos que assumiu», reforça.
Não é o favorito no colégio eleitoral da FPF
Quanto a um eventual favoritismo de Proença na corrida à presidência da FPF, Lobo discorda. «Não é essa a leitura que eu tenho. Trata-se de um colégio eleitoral muito restrito, mas a leitura que faço é que neste momento Pedro Proença não é nem de longe nem de perto o favorito no colégio eleitoral da FPF.»
O presidente da AF Lisboa acredita que o seu apoio provém sobretudo das Associações Distritais, que têm um peso eleitoral muito significativo. «Nessa reunião de Coimbra foram muito mais do que dez as Associações que disseram que se eu fosse candidato me apoiariam», revela.
Legado na AF Lisboa
Lobo garante que não tem «medo de desafios, nem de combates», e diz que estará pronto para debater e fazer uma campanha «pela positiva», caso o seu opositor seja Proença ou outro conjunto de pessoas.
Questionado sobre o legado que deixa na AFL após 12 anos de presidência, Lobo afirma ter feito um trabalho positivo, recuperando a liderança da Associação no futebol nacional. «Hoje somos novamente uma Associação liderante no combate a determinadas questões que surgiram no movimento associativo», assegura.
Lobo destaca ainda as mudanças estruturais e financeiras que promoveu na AFL, como a construção de uma nova sede, a criação de uma academia de formação de agentes desportivos e a construção de um centro de estágio em Mafra, com um orçamento de 4 milhões de euros.
Venda centralizada dos direitos televisivos
Quanto à venda centralizada dos direitos televisivos, Lobo acredita que é «fundamental que isso aconteça», mas questiona se será possível atingir os valores de 300 milhões de euros que a Liga se propõe obter. «Nos últimos tempos, dos três players que se diz poderem ir a jogo, temos um que está muito calado, mas temos dois que têm tecido comentários muito ferozes àquilo que é o valor que está em cima da mesa. A nossa Liga, os nossos audiovisuais valem hoje cerca de 180 milhões de euros. Parece-me um bocadinho, não diria que surreal, mas pelo menos difícil, chegar aos valores de que hoje se fala, de 300 milhões», afirma.
Lobo sublinha ainda que, nos últimos 9 ou 10 anos, o futebol português perdeu competitividade a nível internacional, com a nossa Liga a passar em 20 e tal países, quando em 2015 passava em 40. «Os nossos clubes em 2015 não estavam bem, mas hoje estão pior financeiramente e estruturalmente», lamenta.
Proença como vice-presidente
Caso seja eleito presidente da FPF, Lobo garante que contará com Pedro Proença como seu vice-presidente, enquanto presidente da Liga, que tem lugar por inerência na Direção da FPF.